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Aos 100 dias, alguns acertos e muitos atropelos

* Sérgio Luiz Gadini

 

O que marcou o período dos 100 primeiros dias da gestão do atual prefeito de PG? Na aparência, pode-se observar esforços do que entende em política por pirotecnia, com apostas mais de imagem e menos de ações concretas. Este é o caso do tal ônibus da saúde, que possibilita diariamente giros de integrantes do governo por diferentes bairros. Mas, ao que parece, isso ainda em nada mudou o complicado serviço da saúde.

A nomeação de alguns membros do primeiro e segundo escalão com perfis absolutamente políticos, bem diferente do que foi prometido durante a disputa em 2012, se tornou outra marca do tal ‘jovem governo’! Na mesma lógica, é visível a presença do continuísmo na máquina pública, pois muitos dos postos estratégicos continuam com as mesmas pessoas da administração anterior, sugerindo que a aliança eleitoral foi mais forte do que o discurso supostamente de oposição, que às vezes parecia marcar a campanha eleitoral. O morador que também acompanha a radiofusão local pode ter percebido que, pela manhã, para algumas emissoras, a Cidade estaria em revolução de governo. Difícil convencer quem vivencia os mesmos problemas das administrações anteriores!

No mesmo ritmo de eventuais efeitos de pirotecnia mais midiática, a tal moratória se tornou outra medida estranha, para não dizer tumultuada. Prometeu-se, inclusive, em falas apressadas, que nem carnês de IPTU seriam enviados ao contribuinte, por suposta ausência de caixa. Menos mal que a ameaça não durou mais de 10 dias, dado o absurdo de tal decisão.

A criação dos 94 cargos comissionados, elevando a folha e o comprometimento mais eleitoral e menos pautado pelo interesse de uma gestão transparente, se tornou outra característica do atual governo. E, de novo, bem diferente do que o então candidato prometeu, em campanha… Era para ser uma gestão transparente, sem favorecimentos e tampouco sem os criticados vícios políticos de governos anteriores… E um “sangue novo na política”!

A moratória, diga-se de passagem, congelou algumas decisões que determinados setores poderiam tomar, como é o caso da cultura. Lá pelas bandas da Vila Hilda, ainda não se resolveu a incompatibilidade provocada pela repentina – e, ao que parece, não planejada – criação de uma fundação, atrasando o calendário de atividades, que já estavam planejadas e inclusive deveriam ser respeitadas e executadas, por ser deliberação de conferência pública.

Entre tantos atropelos, é preciso reconhecer alguns oportunos acertos do atual governo. A defasagem salarial dos professores abriu o ano letivo, garantindo 10% de reposição aos colegas docentes. Reconhecimento salarial gera motivação, que possibilita maior cobrança, satisfação e, por consequência, condições mínimas de valorização da Educação.

O cancelamento da renovação automática do contrato de transporte coletivo – assinado sem a necessária justificativa pública pelo prefeito anterior – criou condições para reabrir um debate mais do que urgente. Resta, agora, esperar que a medida também não seja apenas formal e as audiências públicas garantam uma licitação pública, de fato e de direito! O anúncio da construção de um aterro sanitário em parceria com a Sanepar é outra medida que deve ser reconhecida, ainda que até agora não haja qualquer garantia do formato. Mas, é preciso reconhecer, pois até o momento nenhum prefeito ousou apostar em um projeto não privado para administrar a coleta e separação do lixo.

Esses foram os primeiros 100 dias! Espera-se que, a partir daqui, a atual administração passe a considerar mais os compromissos assumidos em campanha. Afinal, isso dá para fazer!

 

*Professor, contribuinte e usuário dos serviços públicos em PG

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