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A Omissão e a Ação

Pietro Arnaud Santos da Silva

Césare Cantu, escritor italiano, escreveu no século XIX que “excelente modo de fazer o bem é a firme decisão de combater o mal”. Essa frase se coaduna com a do Político Anglo-Ingles Edmund Burke que afirmou após anos de trabalhos públicos que “Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados”. Ousaríamos melhorá-la afirmando que para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados ou que em seus objetivos nada objetivem.

Com essa introdução, queremos por certo afirmar o desgosto da omissão e a maldade da mesma, mas não é apenas a omissão que merece o desespero, mas sim também a falta de propósito do homem em seu existir.

Aproximando-se da época da desolação eleitoral as políticas se delineiam e os grandes acordos são alinhavados sempre respeitando a célebre máxima de que os fins justificam os meios.

A falta de projeto político anda na moda! São vários os grupos correndo sem parar enquanto o fôlego lhes escapa e quando chegam não conseguem falar (ou não tem o que dizer), a fim de acercarem-se de gente e de partidos para ganhar uma eleição. O fim de partidos é apenas ganhar eleições? Não responderei.

E a pergunta que com naturalidade se forma quase que como um estopim é: Porque queres ganhar uma eleição? Para que desejas ganhar uma eleição?

Se perguntar a uma dessas personalidades sem fôlego qual é o seu projeto, não estranhe se um silêncio constrangedor surgir, pois não há infelizmente projeto fora o projeto de Vencer, Vencer, Vencer, Poder. Pois para estes os fins justificam os meios. Ora! Os fins não podem justificar os meios, pois o homem é e sempre deverá ser o fim. Ensina Pedro Dalle Nogare “que o homem é sempre fim, nunca meio, queremos dizer, antes de tudo, que o homem , a pessoa, representa um valor, isto é, um ser apreciável, amável em si mesmo e por si mesmo. Mas o fato de ser fim e não instrumento coloca o homem não só como valor, mas como valor absoluto. Também o meio, o instrumento pode apresentar a razão de desejabilidade e amabilidade: o dinheiro, por exemplo, é de fato muito cobiçado por quase todos os homens, que o consideram como um valor e o é de fato. Mas é valor relativo, porque ele não é cobiçado por si (a não ser por alguns avarentos maníacos), mas como um meio, como um instrumento para a aquisição de outros valores: comodidades, prazeres, honras. Pelo contrário, o homem nunca pode ser considerado como meio, para outro fim. Ele é um valor absoluto. O que não significa que ele seja o valor último ou o Absoluto”.

Francis Bacon nos ensina que “Nada provoca mais danos num Estado do que homens astutos querendo se passar por sábios”. E um longo arrepio surge quando olhamos as aglomerações sem propósito que acabam por surgir em momentos como estes.

Minha sugestão àqueles que querem ser líderes, desejando por demais os cargos públicos, (não que eu saiba algo sobre o assunto), é o conselho de Jesus sobre o amor. “Ama o próximo”. Ame! O caminho mais correto nos parece aquele do amor. Não o amor que é complacência, fruição, gozo, mas sim aquele amor que é tensão, criação e realização.

Que grande exemplo para ser imitado por nossos homens do agora. Se os mesmos tiverem fibra para conseguir viver a partir de uma Vontade Superior e deixar de lado o simples vencer.

Comece por amar a si mesmo e aos outros, pois nos continua a ensinar Nogare que “o amor quer a pessoa amada sempre mais bela, mais bondosa, mais dotada, mais feliz: numa palavra, a mais realizada possível. Portanto, se querer o outro como fim é amá-lo, querer o outro como fim é querer a sua máxima realização. Realização plena de suas faculdades, de sua liberdade, que é a característica e, num certo sentido, o constituinte da pessoa”.

Paremos um pouco de enxergar apenas os aspectos ruins das coisas e paremos de transformar tudo em dificuldade, pois “Um homem de espírito não pode nem pensar que existe a palavra dificuldades”, e foi o matemático Lichtenberg quem disse isso.

Essa deveria ser a nossa política. Mas, claro!!! Aceito sugestões!!!

O autor é bacharel em Direito, atualmente exercendo o cargo de coordenador do Procon-PG 

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