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A novela Ana Maria e o seu final infeliz

Sandro Ferreira

Ironicamente 2013 já começou mal para o PT, e pior ainda para a vereadora Ana Maria de Holleben (ex-PT), que estupidamente virou a sua vida de cabeça para baixo, comprometendo a carreira política promissora de forma praticamente irreversível. Mesmo que tenha sido uma presa fácil de raposas velhas da política local, a vereadora acabou se tornando a principal figura no desatino do dia 1º de janeiro, o qual marcou a crônica político-policial pontagrossensse de forma inédita e para sempre.

De lá para cá, já se passaram oito meses, e a despeito das resoluções absurdas do Ministério Público sobre o caso, a vereadora ainda não teve o devido julgamento político dos seus pares. Houve CPI e tentativa de arquivamento da mesma, e agora, uma nova CPP; porém esta, comandada justamente pelos três vereadores que votaram pelo arquivamento da Comissão Parlamentar de Inquérito. Ou seja, colocaram ‘as raposas cuidando do galinheiro’. Sendo que um deles seria beneficiado na eleição da mesa diretora, com o não comparecimento da vereadora. As iniciais deste, em outros tempos remetiam a grandes estadistas; já hoje… Outro vereador que supostamente tem conflito de interesses com a verdade, ainda foi relator da tal CPI, que como tantas outras, não investigou nada a fundo, pois se assim fizesse, talvez se autoenquadrasse.

Este episódio do falso sequestro é só um, entre vários efeitos colaterais do aumento em quase 50% de cadeiras aprovado pelos vereadores, que saltou de 15 para 23, sem a devida melhora qualitativa nos quadros. O que temos visto com frequência são bate-bocas, empreguismo, trairagens, conchavos e a velha prática do toma lá dá cá. Tem vereadores que entram mudos e saem calados no plenário, e outros que só berram.

De capítulo em capítulo o dramalhão Ana Maria se arrasta entre omissões, hipocrisias, recursos jurídicos, atestados sob encomenda e muita politicagem da pior qualidade. Nada de novo. Mas o fato é que uma hora essa novela precisa acabar e, ao que parece, o seu desfecho se aproxima. Talvez com um golpe ao bom senso e à ética, tirando uma pizza do forno, ou uma cassação sem precedentes no Legislativo de Ponta Grossa. Não há dúvidas que será um dos momentos mais marcantes da História da ‘Casa do Povo’, este que já lotou as galerias uma vez, e que agora pode acabar proibido de entrar no dia da votação final, em um ato antidemocrático e inconstitucional do presidente do Parlamento, que promete telões do lado de fora do prédio. Só falta montar a arquibancada na Av. Visconde Taunay e decidirem a portas fechadas e voto secreto.

Em tudo isso só há uma certeza, seja qual for o veredicto dos vereadores sobre Ana Maria, o final será infeliz, pois em caso de absolvição, terá sido a opinião pública desprezada mais uma vez. Já se houver cassação, é o ocaso político de uma professora que aparentava ser idealista, mas que acabou se deixando embriagar pelo poder.

O autor é cidadão de Ponta Grossa.

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