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A cultura e seu mérito

 

Carlos M. Fontes Neto*

 

Quando há dois anos Márcia Sielski me indicou para concorrer a uma representação no Conselho Municipal de Políticas Culturais de Ponta Grossa eu não tinha nenhuma intenção de ocupar uma cadeira neste conselho. Minha única intenção ao participar da Conferência Municipal de Cultura era de defender uma representação justa para as etnias, cuja presença na cidade foi preponderante para a nossa formação socioeconômica, além da grande riqueza cultural que imprimiram na nossa historia.

Infelizmente na época, como agora também, não faz parte da diretriz cultural vigente valorizar muito este segmento. Enfim de uma maneira ou outra avalio que, ao entregar a representação neste sábado para a ocupação da composição do conselho para o próximo período, ao menos consegui deixar a criação de um edital voltado a pontuar a presença do imigrante na nossa cidade através do Concurso de Identidade Étnica.

Devemos, portanto, mais esta ação à Márcia Sielski. Pois é graças à persistência dela que mantive a esperança de que poderíamos fazer alguma diferença. Márcia nos deixou no início de outubro do ano passado e até o ultimo dia foi incansável no cenário cultural da cidade. Participou ativamente ainda das principais entidades culturais em ação, tal como Centro Cultural Prof. Faris Michaele e Associação Germânica dos Campos Gerais. E nesse cenário, às vezes, bastante pobre e carente de verdadeiros valores numa época de cultura meio vulgarizada que imprimiu valor real à Cultura (observamos tantos eventos comerciais ou sociais travestidos de culturais…). Então, até o ano passado dispúnhamos de uma batalhadora que lutava por uma Cultura verdadeira.

E agora a cultura ponta-grossense, aí incluindo também a classe artística, está meio órfã. Ao entregar a vaga no Conselho Municipal de Políticas Culturais, faço questão de devolver a distinção com que Márcia me brindou dois anos atrás ao me indicar para o Mérito Cultural Ribas Silveira: a indicação para receber o  Prêmio João Pilarski, póstumo é verdade, já que em vida nunca foi lembrada, mas com a consideração de que ninguém mais atualmente é tanto merecedor desta distinção. E ainda cumprindo o que ela defendia procurei ainda fazer indicações cujas justificativas segundo orientação da Fundação Municipal de Cultura deveriam observar a destacada atuação nas suas áreas. Afinal é questão de mérito! Destaquei na área musical o compositor de musicas neoclássicas Newton Schnner Junior que além de ter suas composições lançadas em vários países do mundo, cumpriu uma turnê espetacular pela Europa em 2012, além de ter promovido um calendário intenso de apresentações na cidade, estendidas ao Sul do país. Ainda destaquei a obrigação de corrigir uma divida que a cidade tem com o casal Friedheln e Eli Schiffer que há 30 anos apresenta um programa de cultura alemã nas rádios da cidade, com um alcance cada vez maior, ao sugerir seu programa Chope Dominical Alemão para uma das categorias.

 Infelizmente se entendeu que ainda não estamos preparados para homenageá-los e eles continuarão aguardando o merecido reconhecimento por estas plagas, mesmo alvo de grande reconhecimento mundo afora.  Assim considero que neste ano ao homenagear a memória de Márcia Sielski a cidade estará fazendo justiça a todos que sonham com uma cidade culta. Pois ela nada mais fez que lutar por isso.

 

 

Conselheiro Municipal de Políticas Culturais 2011/2013

 

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