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188 primaveras! E outonos também (I)

Sandro Ferreira

No próximo dia 15 de setembro de 2011, Ponta Grossa comemora seus 188 anos e se reafirma como uma das grandes cidades do Paraná, sendo polo educacional, comercial e industrial de uma região em crescente desenvolvimento socioeconômico, referência no agronegócio nacional e internacional, muito rica em História, Patrimônios Culturais e Naturais. Entretanto, existe outra Ponta Grossa que não gostamos muito de lembrar, pois não existem motivos para nos orgulhar dela e também porque muitas vezes não a sentimos na própria pele. Mas do saneamento básico ao índice de desenvolvimento humano (IDH), da transparência na administração pública aos incentivos ao esporte olímpico, do respeito ao meio ambiente e qualidade de vida da população às condições de mobilidade e acessibilidade urbana, dentre outras áreas e itens, se comparada a cidades de mesmo porte do nosso estado e do Brasil, veremos que PG continua com índices bem abaixo de suas potencialidades e se nos compararmos com cidades de países desenvolvidos, nossa situação simplesmente torna-se vexatória. Aos fatos.

Apesar de ser um dos cem municípios do país, dentre cerca de 5560 ao todo, que mais pagam impostos, tanto estaduais como federais, em pleno século 21 continuamos sem contar com um aeroporto decente e condizente com aquilo que contribuímos, triplicando os custos de transporte para quem precisa viajar de avião, ao sermos obrigados a nos dirigir até o Afonso Pena, em São José dos Pinhais. E ainda deixamos de receber potenciais visitantes, visto que a demanda aérea vem crescendo 20% ao ano no Brasil. Portanto, não estamos perdendo o bonde da história, estamos perdendo o avião!

A despeito de ser em termos relativos e absolutos, uma das cidades com maiores índices de ruas sem pavimentação do Paraná, a prefeitura continua permitindo a criação de longínquos loteamentos habitacionais, o que além de acarretar em maiores custos de investimento e manutenção públicos, também oneram ainda mais o já caro transporte público, prejudicando justamente os mais carentes e favorecendo apenas a concessionária do serviço monopolizado e aqueles proprietários da área loteada.

No mês passado, quando devido às fortes chuvas muitos moradores perderam suas casas e ficaram desabrigados, além da lentidão do prefeito, que demorou inexplicáveis dez dias para decretar o Estado de Emergência, enquanto muitos não tinham sequer onde dormir, também ficaram evidentes as condições desumanas em que vivem não “só” centenas de pessoas na cidade, mas milhares delas. São inúmeras taperas ao lado de córregos, fundos de vale e encostas prestes a desmoronar, aonde somente quem já não tem esperança alguma aceitariam viver. Uma irresponsabilidade por parte das autoridades, que permitem este descaso com vidas humanas, quando fazem vista grossa ao descumprimento da lei de uso e ocupação do solo.

O autor é bacharel e consultor de Turismo 

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