Perder faz parte do jogo. Mas ser eliminado na primeira fase de uma Copa América histórica, pelo Peru, sem jogar absolutamente nada, foi deprimente e vergonhoso. Mas, Dunga, que foi um ótimo volante, não está sozinho em seu pragmatismo. Os jogadores atuais não são nem sombra do que o futebol brasileiro foi capaz, num passado não muito distante. Talvez a última grande geração tenha mesmo terminado no Mundial de 2002. Na ocasião, apesar de a `nova` filosofia da marcação estar em prática, aquela geração ainda tinha atitude e craques que mudavam o jogo.
O 7 a 1 que o Brasil tomou da Alemanha obviamente não foi por acaso. O estilo atrevido, inteligente e imprevisível da tradicional escola brasileira , aquela que conquistou cinco títulos mundiais, sem dúvida foi extinta. Ao que tudo indica, as coisas parecem ter mudado a partir da Copa do Mundo de 1982, quanto o Brasil foi eliminado pela Itália, num jogo onde o empate bastava. Desde então, só se fala em marcação, volantes e tudo mais. Os fundamentos em busca do gol foram praticamente deletados da cartilha do futebol brasileiro. Vivemos na era de um futebol tupiniquim pobre, omisso e sem identidade dentro e fora de campo.
No geral, bandonamos a característica ofensiva em troca de um futebol burocrático, sem alma e, sobretudo, globalizado ( …). Enfim, só resta lamentar e nos adaptarmos aos novos tempos. Para aqueles que viram, sobrou aquela saudade quando tínhamos orgulho de ser, pelo menos na bola, um país de primeiro mundo.