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A vida começa aos 40

A se levar em conta o ditado popular que diz que a vida começa aos 40, nasceu na noite de ontem (6), no auditório Álvaro Augusto Cunha Rocha do Cine-Teatro Ópera, o Festival Nacional de Teatro – ou o bom e velho Fenata. A tão aguardada 40ª edição do festival iniciou em grande estilo, com a apresentação do espetáculo ‘hors concour’ Blow Elliot Benjamin, da G2 Cia. de Dança/Centro Cultural Teatro Guaíra, de Curitiba.

É claro que se trata de uma blague, pois o Fenata é um festival que se impôs ao longo dos anos com sua história ininterrupta – algo raro no país e até mesmo fora – e a retomada gradativa da sua qualidade, nos últimos anos. Por isso, vem firme, forte e maduro para, a partir de agora, aproveitar a sua fase mais que adulta.

Sintomático, portanto, que a programação deste ano traga algumas surpresas já na escolha dos espetáculos da mostra adulta – a principal e que dá nome, sentido e história ao Fenata. A começar de dois textos do dramaturgo espanhol Federico García Lorca: O Amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu Jardim, no sábado (10), com a Cia. Ser ou não Cena de Teatro, do Rio de Janeiro (RJ); e O Malefício da Mariposa, na terça-feira (13), com o grupo Ave Lola Espaço de Criação, de Curitiba. Um clássico italiano volta ao Fenata, novamente: Dario Fo. É dele a peça Una Donna Sola, adaptada pela diretora e atriz gaúcha Deborah Finocchiaro para o espetáculo Pois é, Vizinha, na próxima segunda (12).

Mas a grande – e agradabilíssima – surpresa do festival é o texto de nada mais, nada menos, que o maior ícone do Cinema Novo: Glauber Rocha. E justamento aquele que se tornou clássico com o filme homônimo, Deus e o Diabo na Terra do Sol, com o grupo Cia. Provisória, também do Rio de Janeiro (RJ).

Não é com menos expectativa que é aguardado O Evangelho Segundo Dona Zefa, de Zeca Ligiéro, do Núcleo de Estudos de Performances Afro-Ameríndias (NEPAA), do Rio de Janeiro (RJ), que abre a mostra adulta, na noite de hoje (7), apresentando um tipo de narrativa que está se tornando comum nos palcos brasileiros: o resgate de certa ‘oralidade perdida’, no melhor sentido benjaminiano. Conforme o programa do festival, O Evangelho… foi criado a partir da figura e das histórias de Dona Zefa, escultora e contadora de causo, que, quando criança, devido às sucessivas secas perambulou com a família pela região de Canudos no norte da Bahia, vindo da fronteira de Alagoas com Sergipe.

No mais, é um alento, na noite de amanhã (8), contar com a volta do Grupo do Palhaço Tenorino (GPT), de Rio Branco (AC), e de dois velhos conhecidos do Fenata: Dinho Gonçalves e Marília Bomfim, com a comédia Quem é o Rei?.

Como acontece desde 2001 (29º Fenata), a partir de amanhã (7), o Diário dos Campos publicará resenhas críticas dos espetáculos adultos – neste ano, incluindo as mostras para crianças e de rua –, que também podem ser acompanhadas por este blog.

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