A jornalista, pós-doutora em comunicação e professora do curso de graduação e mestrado em jornalismo da UEPG, Karina Janz Woitowicz, aponta que há uma cultura de não valorização das candidaturas femininas, além do fato dos próprios partidos não valorizarem estas candidaturas. "É preciso qualificar mais a participação de candidatos para que possam representar e trazer as demandas dos setores da sociedade, em especial as demandas das mulheres", aponta.
Um fato que chama atenção quando se trata da participação da mulher na política é que, embora o número de mulheres eleitas seja bem inferior ao de homens, as mulheres representam 52,63% do total de eleitores do Brasil. "Justamente pelos aspectos históricos e culturais sobre espaços ocupados por homens e por mulheres, não há uma identificação do eleitorado em relação às candidaturas femininas. O resultado é que o Brasil é um dos piores colocados quando se fala de representação política feminina, atrás inclusive de países considerados mais conservadores", analisa.
Karina, que também é uma das organizadoras do Grupo de Pesquisa Jornalismo e Gênero, da UEPG, avalia que a participação da mulher na política informal é significante, atuando em liderança comunitária, trabalho de base. "Mas, na política representativa e com visibilidade que o cargo propõe, as mulheres não conseguem ascender".
Defesa dos direitos
Outra questão apontada por Karina é que a presença feminina nos cargos, por si só, não traz reflexos para as mulheres; é preciso comprometimento com questões que envolvem as mulheres e minorias. "Precisamos de mais mulheres comprometidas, de fato, com a promoção de políticas para as mulheres e não apenas reproduzir um tipo de atuação política voltada à questão assistencialista, por exemplo", analisa. "A sociedade ganha com a participação das mulheres na política quando há implementação efetiva de medias focadas à garantia dos direitos das mulheres, para tentar equiparar a sua condição com a dos homens", finaliza.