Marcelo Rangel está no segundo mandato à frente da Prefeitura de Ponta Grossa e já foi duas vezes deputado estadual. Aos 47 anos, ele destaca que vive "o melhor momento de sua vida pessoal e pública". Em entrevista ao Diário dos Campos, Rangel faz um balanço do trabalho realizado em 2017 e ressalta que o foco das ações em 2018 será na melhoria da infraestrutura da cidade e da qualidade de vida da população, com investimentos em pavimentação e para o embelezamento da cidade. Para 2018 também há a expectativa da reabertura do Mercado Municipal e a entrega da primeira etapa do Lago de Olarias.
Atualmente no PPS, Rangel deve filiar-se já em janeiro no PSDB. Ao mudar de partido, ele espera alavancar sua carreira política no próximo ano e tornar Ponta Grossa mais relevante no cenário nacional. Confira trechos da entrevista feita pelo Diário dos Campos.
Mudanças na gestão do primeiro para o segundo mandato
“A experiência nos ajuda muito e nos trouxe melhores condições de gestão. Já temos as programações e já sabemos quais os problemas mais crônicos no decorrer do ano. Não tenho dúvidas que 2017 foi muito mais produtivo por conta disso. Nós temos uma equipe mais entrosada, que conhece a cidade. Alguns problemas mais crônicos ainda precisam ser superados, mas para 2018 estamos com uma programação muito mais adequada. Em janeiro, por exemplo, temos mais problema com matagal, por conta das chuvas. Então, o investimento será maior em poda e organização de equipes. Só com experiência para termos condições de planejar isso".
Balanço de 2017
"A cidade evoluiu muito na área de educação e é algo que me orgulha muito ver que Ponta Grossa continua sendo referência e amplia ainda mais o atendimento na área educacional, com escolas de tempo integral. Também melhoramos os números na área de saúde. As parecerias com o governo do Estado para reequipar e fazer atendimentos através de mutirões no Hospital Regional funcionaram. Vamos intensificar os mutirões, e queremos começar desde o início do ano com as crianças, fazendo cirurgia eletivas infantis. Além disso, a cidade teve os melhore índices de crescimento em produtividade e emprego. Nunca ficamos com resultado negativo no Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados] e isso também foi muito importante, especialmente diante da crise. A cidade evoluiu também na segurança pública, com a nossa Guarda Municipal mais preparada e equipada. Obras que são consideradas históricas estão saindo do papel, como o Lago de Olarias, o Mercado Municipal e a Estação Saudade, o Parque Tecnológico e Pólo de Confecções. E, com a licitação para um novo aterro estamos próximos de resolver um dos maiores problemas, que é a questão do lixo".
Finanças
"Também estamos colocando a casa em dia. O Município tem uma Dívida Ativa que supera os R$ 300 milhões e com o PRT [Programa de Regularização Tributária] avançamos muito para que a gente possa ter uma justiça fiscal mais adequada em 2018, com protestos e cobrança em relação ao cumprimento das metas tributárias. Melhoramos muito a eficiência da gestão administrativa de pessoal e conseguimos fazer uma economia de R$ 10 milhões em horas extras".
Crise política e internet
"A crise política no Brasil prejudica todas as administrações municipais porque há desconfiança por parte da população muito grande em relação aos gestores. As pessoas têm desconfiança sobre a eficiência do trabalho, a honestidade dos políticos, capacidade de gestão e sobre o poder de compreender os problemas da população. Esta desconfiança é geral e pelo fato de que hoje as pessoas têm voz mais ativa pelas redes sociais, todo mundo tem a possibilidade de relatar, sugerir e criticar questões referentes à gestão. Mas, temos que pensar sempre na maioria da população. Respeito as opiniões, mas às vezes precisamos deixar a crítica da internet de lado para trabalhar pensando na coletividade".
O que não foi possível realizar em 2017
"O maior problema que o Brasil enfrenta hoje é a falta de recursos. Temos que trabalhar muito com economia e prioridades. Estamos economizando em algumas áreas para que possa fazer investimentos em, por exemplo, pavimentação. E pavimentação é, sem dúvida, uma das questões mais caras e que têm as maiores despesas públicas em época de crise. Investimos bastante, mas precisamos fazer mais".
Foco na infraestrutura
"Em 2018 vamos focar em pavimentação e infraestrutura. Vamos continuar o trabalho com a CPS [Companhia Pontagrossense de Serviços] de forma mais aprimorada. Teremos R$ 10 milhões nos primeiros meses para tapa-buraco e recape de ruas que estão com problemas devido às chuvas. Em 2018 queremos bater o recorde histórico em investimento em pavimentação asfáltica. Vamos fazer operação de crédito com a Caixa para investir mais R$ 35 milhões em pavimentação. Ao longo dos últimos quatro anos tivemos um avanço considerável: saímos dos 47% de áreas pavimentadas para 67%. Ainda temos 33% da cidade sem pavimentação e focamos nisso para que a gente possa chegar muito perto da excelência nesta área. Também temos investimentos já garantidos para o aeroporto.
Eu tenho como meta também deixar a cidade mais bonita. A cidade, que agora tem serviços que são reconhecidos na área de educação, saúde e segurança, vai se preparar para entrar em nova fase, uma fase de reconhecimento pela sua beleza. Vamos trabalhar com bem estar, com qualidade de vida para a população. Continuamos a discutir o contrato com a Sanepar porque são investimentos nesta área. Vamos levar audiência pública em janeiro e fevereiro nos bairros para mostrar que estes investimentos serão diretamente relacionados com bairros da cidade. Com as audiências certamente vão acontecer modificações no projeto".
Partida para o PSDB
"Eu penso que o Brasil está discutindo muito a renovação dos partidos já existentes e a diminuição do número de partidos. Nós temos que seguir o exemplo dos países mais desenvolvidos, em que os partidos mais pequenos tendem a desaparecer. Hoje os grandes partidos no Brasil, sem exceção, estão com problemas e precisam de uma renovação para que possam resgatar a credibilidade política. O que é mais importante para a cidade, com relação a investimento e força política no governo federal e estadual? É estarmos em partido grande. Recebi o convite do PSDB e em janeiro pretendo mudar de partido. Assim, Ponta Grossa será a maior cidade do Paraná com administração do partido e isso vai trazer um posicionamento mais importante nas composições do governo estadual. Coloco meu nome à disposição da agremiação partidária para qualquer possibilidade política em 2018. Dentro do PSDB as possibilidades são maiores, temos discussões mais interessantes para Ponta Grossa. Tenho o maior respeito pelo PPS, mas agora, pela possibilidade de discussão majoritária no Paraná, o PSDB se mostra mais viável".
Mensagem à população
"Desejo que 2018 seja ainda melhor que 2017 porque, se isso acontecer, teremos o melhor ano da história dos ponta-grossenses. Sempre fui muito otimista e desejo mais entusiasmo. Que seja um ano de muitas realizações".
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