Neste sábado (28), se comemora o Dia Internacional da Educação. Muitos aspectos precisam melhorar, mas um dos motivos para se comemorar diz respeito a educação inclusiva, que cresceu seis vezes mais de acordo com o Censo escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). De 114.834 alunos em 2007, saltou para 750.983 matriculados na educação regular no Brasil. O que tem auxiliado o aumento da estatística, é a legislação que conta com leis que auxiliam a inclusão dentro da sala de aula.
Muitos colégios regulares já contam com suporte para acolher crianças com necessidades especiais, porém, é preciso estar atendo a legislação brasileira (LDBEN 9394/96), que garante a inclusão escolar de crianças portadoras de algum tipo de necessidade para que elas possam socializar, desenvolver a prática emocional com os demais colegas. Esse é um princípio que está baseado no direito do acesso a educação, que deve ser reconhecido por todos.
Em Ponta Grossa, são 420 crianças com algum tipo de deficiência matriculadas nas escolas da rede municipal de ensino. Hoje a cidade conta com mais de 300 professoras com a formação e 44 salas com recursos para atendimento especializado aos estudantes com necessidades especiais. A Prefeitura Municipal de Ponta Grossa remunera tutores para os alunos que necessitam de atendimento especial, pois cada caso precisa ser avaliado de forma individual. No ano de 2017 a Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia considerou Ponta Grossa uma cidade modelo em inclusão, devido ao número expressivo de professoras com formação na área e também pelo grande volume de salas de recursos disponíveis. ““Nossa Educação tem uma estratégia muito bem definida no atendimento das crianças. Todas são atendidas nas salas de recursos das escolas-pólo, com professores especialistas que realizam a complementação do que é ensinado em sala de aula. Também existe os trabalhos das auxiliares de classe em apoio a elas, além de programas de interação com os pais, integrando-os ao que é realizado na escola, em uma troca de experiências entre família e professores. Nosso foco é respeitar e trabalhar com esta criança que tem necessidades diferentes”, diz a Secretária de Educação Municipal de Ponta Grossa, Esmeria Saveli.
Em uma das escolas particulares de Ponta Grossa que mais recebem alunos especiais, segundo o núcleo Regional de Educação, são 36 alunos matriculados no ensino regular, um dado que também aumentou dentro das instituições pagas. “Antes as famílias e os próprios portadores de deficiência tinham receio até mesmo de sair de casa, quanto mais vir para a escola. Além da lei, campanhas de conscientização e a convivência com esses alunos tem mudado a forma como todos enxergam o portador de necessidades especial”, explica Cleci Tramontin, Pedagoga e mãe de Matheus Tramontin, portador da Síndrome de Down. Para a pedagoga, além da convivência, o que melhora o desenvolvimento de todos os alunos é o respeito ao limite que cada aluno tem na aprendizagem. Hoje os pedagogos passam por formação continuada, e a inclusão é um dos assuntos mais debatidos entre os profissionais da educação. “ Antes de incluir o aluno em alguma série é preciso fazer uma prova para que possamos avaliar o andamento de cada um deles, as habilidades que eles podem acompanhar junto aos colegas de turma, e como seguir o trabalho depois disso”, diz Cleci. O tutor, que acompanha o aluno de acordo com sua necessidade, é pago pelos pais neste caso, diferente da escola municipal.