em

Masterplan e o caminho para o desenvolvimento sustentável

Foto: José Aldinan / DCmais

Priscilla Garbelini Jaronski assumiu, em setembro de 2023, a presidência do Conselho de Desenvolvimento Social e Econômico de Ponta Grossa (CDEPG). A entidade tem caráter consultivo, deliberativo e propositivo de políticas públicas para a cidade. Integram o Conselho representantes da ACIPG, Sebrae, UEPG, UTFPR, Fiep, sindicatos, associações e setores da Prefeitura. Nessa entrevista, ela fala sobre os desafios de Ponta Grossa para os próximos anos. Menciona o Masterplan, documento que propõe planejar a cidade pelas próximas duas décadas, e sobre como o CDEPG tem se dedicado em propor soluções para os problemas do Município.

Diário dos Campos: O que significa “desenvolvimento de uma cidade” para você?

Priscilla Jaronski: Significa um conjunto de ações importantes. Não basta o crescimento econômico da cidade. É importante gerar e garantir o desenvolvimento sócio-econômico da cidade. O crescimento não garante melhora nas condições de vida, na qualidade de vida do morador. Quando a gente fala em futuro, fala em desenvolvimento sócio-econômico, porque desenvolvendo a economia a gente pretende melhorar a qualidade de vida do munícipe.

DC: O que é o Masterplan, e de que forma pode ser aplicado na prática?

Priscilla: Como norte, temos o Masterplan, [um documento] desenvolvido no ano passado, 2023, quando Ponta Grossa completou 200 anos. Ele projeta a cidade, em termos de desenvolvimento, para 2043. Portanto, para os próximos 20 anos. Essas ações são analisadas anualmente, obviamente, porque está descrito, nesse planejamento, como a ação vai mudando. Porque as questões são orgânicas. A partir do momento em que a gente consegue resolver demandas que existem, outras vão surgindo na conjuntura local. 

DC: Que temas o Masterplan aborda?

Priscilla: Para entender melhor as necessidades da cidade, dividimos em eixos: Urbanismo, Infraestrutura e Meio Ambiente; Saúde; Educação; Segurança; Economia (e sub-eixos como Empreendedorismo e Inovação; Indústria e Atração de Investimentos; Comércio, Serviço e Turismo; e Agronegócio). Temos essas frentes, e cada ação é traçada para cada um desses eixos. 

DC: Quais as demandas em infraestrutura?

Priscilla: Na Infraestrutura temos a mobilidade urbana e meio ambiente, onde a gente tem como grande mote de trabalho a organização. Também temos [como desafio] a definição do Plano Diretor (PDM) da cidade, que é um problema que a gente já carrega há algum tempo. Dentro do PDM, temos que começar a pensar a cidade de maneira planejada, principalmente por conta da mobilidade urbana. Isso não só dentro da cidade, mas no nosso entorno, já que somos considerados o maior entroncamento rodoferroviário do sul do País. E temos um problema hoje de logística, uma vez que o Contorno [Norte] foi para o ano sétimo de uma concessão [das rodovias], e que não foi nem licitada. Já temos um problema grande de trânsito, que tende a piorar. 

DC: O que o Masterplan sugere no eixo ‘Saúde’?

Priscilla: Na questão de Saúde a gente precisa incrementar a máquina que a gente tem, ofertando mais postos, mais possibilidade de atendimento, hospitais e médicos. Isso porque Ponta Grossa acaba atendendo a toda a região. A gente precisa melhorar essa questão de médicos por habitante, que é um grande desafio que a gente tem. E também falar sobre “turismo médico”, ofertando mais quartos de hospitais e mais hospitais. Agora, a gente tem a segunda torre do Hospital Universitário [em obras], mas precisamos continuar pensando na melhora da Saúde, que é um ponto nevrálgico da cidade.

DC: O que pode ser feito em Educação e em Segurança?

Priscilla: Na Educação é preciso melhorar, principalmente a oferta de cursos técnicos, a qualificação profissional. Continuar a melhora dos índices do Ideb, que teve um resultado bom e o Município acredita que devia ser maior.

Na Segurança, o desafio é garantir a segurança de toda a cidade, mas tratar a questão dos moradores de rua nas áreas centrais. Isso é um desafio para o CDEPG, no sentido de pensar em políticas públicas para essa situação. Também é preciso melhorar a “Muralha Digital”. Com a cidade crescendo, a questão de segurança se torna mais delicada.

DC: Quais segmentos da Economia merecem mais atenção?

Priscilla: Estamos trabalhando com a frente que a gente tem do Agronégio. É preciso fomentar e desenvolver o setor do agro em Ponta Grossa, trazendo mais redes de relacionamento para esse setor, que é importante, incluindo agroindústria, produtores locais e trabalhando com o eixo da agricultura familiar.

Na indústria, a gente tem o mapeamento dos principais setores pra gente poder fazer a organização de clusters de determinados setores para melhorar a tração de investimentos.

DC: E quanto aos demais setores? O de Serviços é o que mais gera emprego em PG…

Priscilla: Comércio, turismo e serviços a gente tem um grande mote de trabalho, que é fomentar as compras públicas para produtores locais. E queremos melhorar toda a questão de estrutura da parte turística da cidade, do empreendedorismo e da inovação. Além disso, continuar fomentando e organizando a governança do Vale dos Trilhos, melhorando as condições para o empreendedorismo da cidade. Estamos começando a organizar, por meio de câmaras técnicas, essas ideias.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.