Em parte em função de seu perfil industrial, mas também por ser referência para outros municípios menores, Ponta Grossa vem ampliando a oferta de cursos. Isso se evidencia, especialmente, nas categorias ensino técnico em Ponta Grossa, no segmento profissionalizante e no ensino superior.
Ensino técnico em Ponta Grossa
No ensino técnico, o número de alunos aumentou em 150,51% em uma década. Resultado de um perfil de estudante focado em funções profissionais específicas e direcionadas, sendo que um dos destaques é o campus da UTFPR.
No ensino superior, havia 19.329 estudantes em 2014. Em 2024, são 32.834 alunos matriculados. Esse aumento de 69% foi possível, principalmente, com o avanço das tecnologias eletrônicas e expansão da internet. Dos 32,8 mil alunos no ensino superior em Ponta Grossa, 12.870 estão tendo aulas na modalidade EaD.
Em paralelo, a expansão do quadro urbano da cidade exigiu investimento nos demais segmentos da educação. O aumento na demanda por educação infantil (o número de alunos saltou de 11,5 mil para 16,1 mil) exigiu mais escolas e Centros Municipais de Educação Infantil.
Rede Municipal
Na Rede Municipal de Ensino, o número de alunos aumentou 14,77% na última década. Para suprir esse crescimento, foi preciso instalar novas unidades. Segundo a Prefeitura, eram 52 CMEIs, e agora são 71 (outros cinco estão em construção). Eram 84 escolas e hoje são 88. Somente neste ano foram inauguradas escolas municipais nos bairros Contorno, Nova Rússia, Colônia Dona Luiza e Neves. As novas estão sendo construídas nos bairros Boa Vista, Colônia Dona Luiza, Neves e Uvaranas.
“Outro dado relevante diz respeito à evasão escolar. Em 2014 tínhamos uma taxa de abandono de aproximadamente 3%, equivalente a 671 alunos. O dado atual é de 7 alunos, que diz respeito a famílias que mudaram de residência e não foram localizadas. O resultado é fruto do trabalho de Busca Ativa realizado pela Rede Municipal de Ensino”, acrescenta o Município, por meio de sua assessoria de imprensa.
Mudanças no perfil do ensino
Para o professor de Gestão da Qualidade na UTFPR, Nelson Canabarro, os números revelam que ainda há evasão e reprovação nas instituições estaduais. “Isso acaba criando um degrau entre alunos que entram no 6º ano e saem no 9° ano”, diz.
Enquanto as matrículas no ensino médio diminuíram, os alunos em ensino técnico em Ponta Grossa aumentaram na mesma proporção, porque “uma parcela dos jovens procuram a formação técnica para ingressar no mercado de trabalho”.
Já a elevação de estudantes EAD no ensino superior seria um reflexo da pandemia, quando muitos jovens perderam o preconceito em relação a essa modalidade de ensino. “Isso afetou até mesmo a procura por vestibulares, reduzindo consideravelmente o número de inscritos”, aponta.
“Não obstante a esses dados, há uma necessidade muito grande de recuperar a autoestima e a qualidade do ensino ofertado nas redes públicas, projetando uma cidade mais moderna, com oportunidades e equidade para todos”, opina Canabarro.
Avanços
Entre os avanços destacados nos últimos 10 anos estão o aumento da oferta de vaga para crianças de 0 a 5 anos, além de 100% das crianças de 6 a 10 anos terem vaga garantida nas escolas da rede municipal. Na Educação de Jovens e Adultos, as matrículas reduziram proporcionalmente à redução do analfabetismo na cidade. No caso da Educação Especial, em 2014 ela ainda era ofertada por escolas especiais. A partir de 2015, com a lei Brasileira da Inclusão, crianças com deficiência foram migrando gradativamente para a escola regular, passando a compor esse público.