O setor supermercadista e de restaurantes brasileiro quer aproveitar o debate sobre o rotativo do cartão de crédito para sugerir a redução do prazo de reembolso, que afeta diretamente o varejo alimentar.
A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) apresentou ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em conjunto com a Associação Nacional de Restaurantes (ANR), uma proposta nesse sentido. O debate seguirá esta semana com uma nova reunião entre a autoridade monetária e entidades privadas afetadas pelas mudanças da eventual extinção do crédito rotativo do cartão de crédito.
O setor supermercadista, que responde hoje por 52% do faturamento realizado através de meios eletrônicos de pagamento (débito e crédito), tem sustentado essa roda financeira, com a prática de longos prazos de reembolso das transações com cartões de crédito à vista.
“Evidenciamos que o setor tem financiado as perdas financeiras e parte dos riscos de crédito e inadimplência dos bancos emissores, porque quando o consumidor paga com crédito à vista, o varejo só recebe em 31 dias, sendo que os bancos creditam muito antes esse valor. Defendemos o reembolso à vista para o pagamento de crédito à vista”, sustenta o presidente da ABRAS, João Galassi.
Modelo rotativo
O modelo de rotativo ainda recai sobre a população, aumentando o endividamento dos brasileiros. Hoje, a taxa de juros do crédito rotativo está em quase 450% ao ano, com 52% de inadimplência, segundo o Banco Central.
Além do fim do rotativo do cartão de crédito, a ABRAS também defende restringir o parcelado sem juros e reduzir os juros da modalidade de parcelados com juros.
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