O município de Prudentópolis lidera lista de desmatamento no estado, como mostra a sétima edição da Operação Mata Atlântica em Pé no Paraná, força-tarefa coordenada pelo Ministério Público com o apoio do Instituto Água e Terra (IAT). O balanço dos dez dias da ação foi apresentado, nesta sexta-feira (29).
Lista de desmatamento
Cerca de 80 pontos de desmatamento foram encontrados somente em Prudentópolis. A maior área devastada em uma única propriedade foi verificada em Guarapuava, com a supressão de 51,22 hectares de Mata Atlântica. Também na cidade foi lavrado o Auto de Infração Ambiental (AIA) mais expressivo, no valor de R$ 616 mil.
Somente os agentes do IAT aplicaram 291 AIA no período, no valor de R$ 21.560.200,00, em uma área correspondente a 1.548 hectares, concentrada em 16 municípios da região Centro-Sul – Campina do Simão, Candói, Cantagalo, Espigão Alto do Iguaçu, Goioxim, Guarapuava, Laranjeiras do Sul, Marquinho, Nova Laranjeiras, Pinhão, Porto Barreiro, Prudentópolis, Quedas do Iguaçu, Reserva do Iguaçu, Turvo e Virmond.
Até o momento, nos nove meses de 2023, o órgão ambiental emitiu 865 AIA, no valor total de R$ 48.243.800,00. “São iniciativas que temos feitos periodicamente para deixar muito claro que no Paraná o infrator será punido, que não adianta desmatar porque não vai ficar impune”, destacou o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.
Situação nacional
No País, considerando os 17 estados com remanescentes do bioma, a Operação Mata Atlântica em Pé identificou 15.439 hectares com supressão ilegal de vegetação nativa – em 2022 foram 11,9 mil. O trabalho resultou na aplicação de R$ 81.763.889,28 em multas até o momento – alguns estados ainda não contabilizaram o total.
Operação Mata Atlântica em Pé
A Operação Mata Atlântica em Pé ocorreu em 17 estados da Federação: Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Sergipe.
Os trabalhos, coordenados regionalmente pelos Ministérios Públicos, focaram na identificação das áreas desmatadas, responsabilização dos causadores dos crimes ambientais e interrupção do avanço do homem nos locais de preservação permanente.
As ações tiveram início no dia 18 de setembro e seguiram até esta sexta-feira (29). Com base em denúncias pelo Disque Denúncia 181 e nas imagens de satélite, foi feito um planejamento pelas instituições envolvidas para que as equipes de fiscalização fossem in loco verificar os danos ambientais.
Com a identificação dos pontos críticos, os profissionais abordaram as propriedades, constataram os crimes e notificaram os responsáveis, que foram autuados pelas práticas ilegais.
No Paraná, o Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Científica do Paraná também participaram das fiscalizações.