Um imóvel histórico que fica na Avenida Carlos Cavalcanti, no bairro Uvaranas, em Ponta Grossa, começou a ser demolido. A construção de propriedade particular e que chegou a ser sondada pela Associação de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural (APPAC) para tombamento está indo ao chão um mês depois de ser atingida por um incêndio.
O imóvel, na esquina com Rua Pereira Passos, dividia opiniões de ponta-grossenses. Enquanto muitos eram favoráveis à preservação pelo valor histórico, outros argumentavam que o local estava servindo apenas para invasão de moradores de rua e usuários de drogas.
O prédio já apresentava elevada deterioração antes mesmo do incêndio que aconteceu no dia 8 de janeiro. Na época, o DCmais apurou que a proprietária do espaço sequer reside no Paraná.
O incêndio não deixou feridos no imóvel histórico, mas ajudou a piorar a situação do local, que agora já não ostenta mais a tradicional fachada em uma das principais avenidas de Ponta Grossa.
Tombamento
O presidente da Fundação Municipal de Cultura, Alberto Portugal, disse em entrevista recente ao Diário dos Campos que processos de tombamento são complexos, exigem análise minuciosa de documentos e informações relacionadas a cada caso, o que torna difícil que ocorra a efetiva preservação. Alguns imóveis, por exemplo, estão há duas décadas aguardando votação. Na época, cerca de 30 edificações encontravam-se na listagem.
“Não há prazo legal para que seja decidido o tombamento. O inventário existe até que seja possível levantar histórico consistente do imóvel a ser analisado”. Na prática, segundo ele, isso acaba permitindo que a análise de um imóvel demore mais de 20 anos para ser concluída.