O médico e cientista brasileiro Miguel Nicolelis lançou, na última semana, uma breve análise sobre o atual panorama da pandemia de covid-19 no país. “Este é um dos momentos de maior risco da pandemia, basicamente porque todas as medidas de contenção da transmissão do vírus foram eliminadas, a janela de imunidade criada pelas vacinas está fechando, novas variantes estão circulando sem barreiras e não existe interesse em informar”, disse, em seu perfil no Twitter. Por um lado, a postagem do cientista premiado e um dos mais influentes no Brasil parece alarmista. Por outro, encontra eco nas estatísticas.
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Óbitos
Os boletins da covid-19 divulgados pelo Governo do Paraná nos últimos dias apontam que o número de contágios estão aumentando. Pela primeira vez desde a segunda metade de fevereiro, os gráficos da doença demonstram que a média móvel de óbitos também está em crescimento. Chegou, no último dia 26, a uma alta de 32,1% em relação aos 14 dias anteriores, embora tenha reduzido nos últimos quatro dias.
Casos
A média móvel de novos diagnósticos da doença no estado está em 4.367 casos diários, chegando a patamares muito próximos do início do mês de março, e dando sinais de que se mantém em crescimento (56,5% no último boletim). O número surpreende, porque surge em um contexto no qual a subnotificação é flagrante. Após tomar a vacina, parte da população que percebe sintomas gripais voltou a se tratar apenas com automedicação, sem nem ao menos buscar atendimento médico. Outra parcela vai à consulta, mas não faz testagem. E outra parcela faz testagem, mas apenas com os autotestes adquiridos em farmácias, e que não são incluídas nas estatísticas.
Máscaras
Ciente disso, e percebendo o aumento no número de contágios e pessoas com sintomas de síndrome respiratória, a Secretaria de Estado de Saúde (SESA-PR) voltou a recomendar o uso de máscaras. Mas a medida é única, e não há restrições em relação a aglomerações, número de pessoas em ambientes fechados, e mesmo o álcool gel começa a sumir do balcão de alguns estabelecimentos.