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2ª safra de grãos bate recorde Campos Gerais após a 1ª sofrer com estiagem

Foto de feijão e milho, destaques da segunda safra dos campos gerais
Os destaques da segunda safra de grãos dos campos Gerais são o feijão e o milho, que do ano passado para este renderam 95% e 89% a mais de toneladas (Foto: Divulgação)

Após uma primeira safra de grãos reduzida por conta da estiagem, o ciclo produtivo que fecha o verão deve ser o maior da história na região dos Campos Gerais – pelo menos desde 2007, quando iniciou a série histórica de relatórios do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab).

A estimativa dos pesquisadores é que esta segunda safra totalize mais de 361,14 mil toneladas, 77,4% a mais que o ano passado, tendo utilizado uma área apenas 9,3% maior, de 98,5 mil hectares.

O relatório foi divulgado nos últimos dias e aponta que os três grãos estão batendo os seus recordes separadamente. Os destaques são o feijão e o milho, que do ano passado para este renderam 95% e 89% a mais de toneladas, respectivamente, devido às altas de 75% e 76% no rendimento de kg/ha.

O cenário também é positivo quando considerada a estimativa atual, do mês de março, com a primeira projeção feita pelo Deral, lá em dezembro – e olha que ela já previa uma segunda safra recorde para o núcleo regional de Ponta Grossa. A equipe técnica esperava que a segunda safra da região ocupasse uma área de 87 mil hectares, mas atualmente o número está avaliado em 98,5 mil hectares. Com a alta, a estimativa passou de 335 mil toneladas para 361 mil toneladas.

Safra de grãos de verão deve totalizar 361.143 toneladas neste ano, 10,3% a menos do que no ano passado, mesmo numa área 1,6% maior

Primeira safra dos Campos Gerais

Em contrapartida, a primeira safra de grãos rendeu menos do que o ano passado e também menos que o esperado. A atual estimativa do Deral aponta que o feijão, o milho e a soja totalizaram 2,69 milhões de toneladas, uma redução de 2,8% ante a anterior e de 12% em relação à expectativa inicial, estimada em agosto de 2021.

Naquela época não se contava com a estiagem e acreditava-se que a colheita seria 10% maior. Considerando a cotação atual dos grãos e a primeira estimativa de safra, calcula-se um prejuízo de R$ 890,5 mil, em relação ao montante que poderia ser obtido com o ciclo.

O maior responsável pela quebra generalizada foi o feijão, que teve uma área produtiva 13% menor e rendeu 18% a menos neste ano, totalizando em uma queda de 28% na sua colheita. 

Agora, o cenário indica que serão colhidas 5,5% de toneladas a menos do que no verão 2020/2021 – e considerando a cotação atual dos grãos, o primeiro ciclo produtivo do milho, da soja e do feijão vai render R$ 890,56 mil a menos do que o esperado inicialmente.

Safra de inverno pode ser a maior desde 2014

A estimativa de safra recém divulgada pelo Deral também traz a primeira projeção para a safra de inverno nos Campos Gerais. Para o núcleo regional de Ponta Grossa a expectativa é que sejam colhidas 806.900 toneladas, o maior montante desde 2014.

O número é 21% maior que o obtido no ano passado e a alta é atribuída ao aumento de rendimento das culturas, já que a área produtiva total deve ter um incremento de apenas 2%. 

Cereal mais cultivado, o trigo pode totalizar 608 mil toneladas, 18% a mais que em 2021. Em segundo lugar vem a cevada, com +14% e 88.200 toneladas.

Saiba mais

Integram o núcleo regional de Ponta Grossa, delimitado pelo Deral/Seab, os municípios de Castro, Piraí do Sul, Arapoti, Jaguariaíva, Sengés, Ortigueira, Palmeira, Porto Amazonas, São João do Triunfo, Carambeí, Ipiranga, Ivaí, Ponta Grossa, Imbaú, Reserva, Telêmaco Borba,Tibagi e Ventania.

Tendência é semelhante à estadual

Somando as duas safras de verão e a de inverno, a tendência é que no ciclo 2021/2022 a região de Ponta Grossa produza quase 3,86 milhões de toneladas, 6% a mais do que em 2020/2021. No Paraná a expectativa é ainda mais positiva, já que se calcula uma alta de 8%. No total, a colheita pode chegar a 36,2 milhões de toneladas em todo o estado.

Assim como localmente, comparando este ano ao ano passado em todo o território paranaense a primeira safra está fechando em queda, a segunda em alta e há otimismo para o inverno.

Porém, em geral as estimativas estaduais são mais agressivas que as locais: na primeira safra a queda de produção é de 37%, na segunda a alta é de 73% e para o inverno a alta esperada é de 21%.

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