A troca do general Joaquim Silva e Luna pelo economista Adriano Pires na presidência da Petrobras, que deve ser confirmada em assembleia de acionistas, não deve ter grandes impactos para a população. É o que comenta o vice-presidente da República, Hamilton Mourão.
Ele esteve em Brasília com Silva e Luna durante um evento realizado ontem (29). Questionado pelos jornalistas, Mourão disse que as regras de governança da Petrobras precisam ser respeitadas.
“Esse novo presidente da Petrobras aí que vai ser nomeado, o Adriano Pires, se você ler tudo o que ele escreve, vai continuar tudo como dantes no quartel de Abrantes. Não vai mudar, né”, declarou o vice-presidente da República.
No mesmo evento, Silva e Luna afirmou que a Petrobras não pode ser usada para política pública e/ou ‘política partidária’.
Adriano Pires
De fato, Adriano Pires tem um pensamento contra intervenções na política de preços da Petrobras. O economista é sócio-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura e, nesta semana, disse em entrevista à Veja que espera que o presidente Jair Bolsonaro “resista à tentação” de intervir na empresa.
“A Petrobras não pode mais fazer o que ela fazia durante o governo da Dilma Rousseff, que é importar o produto mais caro e vender mais barato para a população. O Brasil é o único país do mundo que exporta petróleo e que não gosta de preço alto. A Petrobras no ano passado deu um lucro de 106 bilhões de reais. Se eu fosse do governo faria um plano de subvenção direta parecido com aquele feito na época da greve dos caminhoneiros”, disse Pires em trechos da entrevista.