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Preço da carne sobe 3 vezes mais que o preço do boi na região de PG

Em termos nominais, na região de PG o preço médio da carne vermelha aumentou 29,1% em um ano, enquanto que o valor pago pelo arroba do boi subiu 10,3%

Se você gosta de um churrasquinho e/ou consome carne bovina, com certeza já percebeu que o item passou a pesar cada vez mais no bolso do consumidor. Na região de Ponta Grossa, a alta nominal (sem o desconto da inflação) é de 29,1% em um ano, em média, pelo menos entre os 10 principais tipos de corte. Ao mesmo tempo, o preço do boi também subiu, mas três vezes menos: o arroba do animal ficou 10,3% nominalmente mais caro.

No mesmo período, a inflação acumula uma alta de 10,38% (IPCA) – portanto, similar à do preço do boi, mas também três vezes menor que o encarecimento da carne vermelha na região de Ponta Grossa.

O levantamento foi feito pela reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais com base em dados de janeiro de 2021 e 2022 de relatórios do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), que apontam os preços médios pagos pelos consumidores e preços médios pagos aos produtores com recorte regional.

E se engana quem pensa que é apenas um tipo de público que sofreu com estas altas. Apesar de a maior variação regional ser encontrada no preço do kg do mignon (+62,8%), o “top 3” de encarecimento” é seguido pela costela com osso (+45,3%) e pela carne moída de 2ª (+40,5%). Enquanto que na região de Ponta Grossa o kg do primeiro ficou quase R$ 34 mais caro em um ano, em média, o dos outros dois subiu cerca de R$ 10,50.

Motivos

Entre os motivos para essa disparada estão aspectos produtivos e comerciais: na parte da criação a seca provocou o encarecimento da alimentação dos animais, enquanto que no mercado a demanda externa aumentou – e com o dólar nas alturas compensa mais vender para fora do que para dentro do país.

“A severa estiagem que atingiu o Paraná atrapalhou o desenvolvimento de culturas como o milho, encareceu o valor deste cereal e, consequentemente, diminuiu a oferta de alimentos para a boiada. Além disso, as pastagens não se desenvolveram conforme o esperado devido ao sério ‘déficit hídrico’ no período”, destaca Fábio Mezzadri, médico veterinário do Deral, em boletim conjuntural publicado ontem (10).

Ao mesmo tempo, este ano começou com uma alta de 25,8% no volume de exportações brasileiras de carne bovina. De acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), entre os 20 maiores clientes do produto brasileiro, 17 aumentaram suas importações – o maior exemplo é dos Estados Unidos, que em janeiro deste ano comprou 6 vezes mais toneladas do que no mesmo período do ano passado.

Perspectivas

Sobre as perspectivas em relação à pecuária de corte, o veterinário do Deral avalia que o ano de 2022 iniciou melhor para a atividade, em termos climáticos. “Com esta situação, os produtores tomaram fôlego e estão conseguindo manter o rebanho nos campos, buscando a finalização da engorda e a comercialização de animais com uma melhor condição de carcaça”, ressalta. 

Com este cenário, Mezzadri acredita que possa haver uma queda de preços na carne vermelha, mas não muito acentuada. “A perspectiva no pico de safra, meses de abril e maio, é de que com uma maior oferta de animais terminados no mercado os preços possam ter alguma variação negativa, mesmo que não tão expressiva, pois o mercado da carne bovina encontra-se firme e estabilizado, devido a uma forte demanda externa aliada à redução da oferta interna”, aponta o profissional.

Outras alternativas de carnes se destacam no mercado

Em meio à alta do preço da carne de boi ainda há alternativas para os apreciadores de proteína animal da região dos Campos Gerais: enquanto que a carne vermelha ficou 29,1% mais cara do início de 2021 para o início de 2022, a alta do frango foi três vezes menor (+10,3%) e a carne suína ficou 4,7% mais barata.

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