O Brasil encerrou 2021 com recorde de endividados, e em Ponta Grossa o cenário acompanhou a tendência nacional: de janeiro a dezembro o total de dívidas de pessoas físicas cresceu 15%. Foram 55.687 dívidas a mais, e o ano acabou com bem mais dívidas do que habitantes na cidade, já que a população soma 358.838 pessoas e o total de contas não pagas chegou a 424.450. Os dados da inadimplência em Ponta Grossa são de um levantamento feito pelo Serasa a pedido da reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais.
Em relação à quantidade de inadimplentes, a alta foi de 11,9%: eram 109.702 em janeiro e 122.811 em dezembro, número este que representa mais de um terço da população local.
O total das dívidas ultrapassou meio bilhão de reais no encerramento de 2021, já que somou R$ 563,83 milhões – R$ 71,36 milhões a mais do que no início do ano, ou seja, um aumento de 14,5%.
Comparativo
Comparando as maiores cidades do Paraná, proporcionalmente Ponta Grossa está em segundo lugar no ranking de inadimplentes. A primeira é Cascavel, que possui 39,7% da população endividada. Depois de Ponta Grossa, onde o índice chega a 34,2%, estão Londrina (31,9%), Curitiba (31,1%) e Maringá (28,5%). Em todo o estado são 3.452.365 inadimplentes, ou seja, 29,77% da população paranaense.
No valor médio das dívidas por pessoa Ponta Grossa também ganha destaque, mas aqui positivo, já que registra o menor valor. São R$ 4.591,11 de dívidas por pessoa, versus R$ 4,889,78 em Cascavel, R$ R$ 5.233,24 em Londrina, R$ 5.442,30 em Curitiba e R$ 5.621,46 em Maringá.
Variação da inadimplência em Ponta Grossa e outras cidades
Também é possível relacionar a evolução de cada dado no início e no fim de 2021. Ponta Grossa teve a maior alta no número de dívidas: +15,1%. Em Londrina foram +11,8%, em Curitiba -11,7%, em Maringá +10,7% e em Cascavel +10,2%.
A maior cidade dos Campos Gerais também leva a pior no total de dívidas: foram +14,5% do começo ao final do ano passado, porcentagem que é de +9,9% em Cascavel e bem menor nos outros municípios mais populosos do estado: +5,4% em Curitiba, +4,6% em Londrina e +3% em Maringá.
Critérios
Conforme explica o economista Luiz Rabi, do Serasa Experian, são considerados inadimplentes todos aqueles que tenham compromissos não pagos e não resolvidos dentro de um prazo de 10 dias.
“A partir do momento que temos conhecimento de um compromisso vencido, seja porque o credor nos enviou esta informação ou porque um cheque tenha sido devolvido da compensação bancária, por exemplo, nós comunicamos ao devedor que ele tem 10 dias para resolver essa pendência. Se no 11º dia após o envio da carta não recebemos uma manifestação positiva do credor dizendo que a dívida foi paga, a empresa ou consumidor passa a fazer parte da bases de dados de inadimplentes e essa informação passa a ser exibida ao mercado”, aponta.