em

Aos 20 anos, Verônica Fiúza, de PG, se despede do basquete

Foto: Arquivo Pessoal

Foi de curta duração, mas vencedora. A carreira da pivô Verônica Fiúza, de Ponta Grossa, chegou ao fim. Uma das revelações do basquetebol municipal e dona de seis títulos nacionais deixa as quadras aos 20 anos de idade. A decisão por largar o esporte veio acompanhada de uma lesão que a atleta descobriu há quase três anos.

Verônica não esconde que a contusão no joelho, uma condropatia de grau 4, ajudou no abandono. Entretanto, a ponta-grossense já não vinha realizada com o esporte.

“Foi principalmente pela insatisfação com o esporte. Minha lesão é bem grave, mas, se tivesse a estrutura necessária, não estaria nesse ponto. A partir daí fui desanimando e vi que não era mais o que eu queria para a minha vida”, relata.

Até dezembro do ano passado Verônica jogava pela forte equipe do Sport (PE). Lá conquistou três dos seis títulos nacionais. Os demais vieram com as camisas da ABASFI/Foz do Iguaçu (PR) e do Bradesco Osasco (SP), onde ergueu dois troféus. Antes foi revelação do projeto Novo Basquete Ponta Grossa (NBPG), representando a terra natal em competições estaduais como os Jogos da Juventude.

Verônica Fiúza com a camisa do Sport, de Recife. Foto: Arquivo Pessoal

Com currículo tão vasto em pouco tempo, a agora ex-pivô optou por fazer valer a felicidade ao tomar a decisão de largar as quadras de basquete. 

“Não foi uma insatisfação específica. Até porque eu estava no auge da carreira. Joguei a Liga Feminina pelo SESI Araraquara (SP), tinha espaço no Sport (PE) e várias propostas até internacionais de times bons. Mas eu sentia que não era mais para mim, que eu tinha um chamado para outra coisa. Então decidi escutar o meu coração. Não foi uma decisão fácil, mas acredito que, quando você não está mais feliz fazendo algo, não vale a pena insistir. Sou muito grata ao basquete por tudo o que me proporcionou e vou sempre levar com muito carinho essa fase”, diz Verônica.

Aos 20 anos, ela afirma que tem diferentes projetos de vida sem o basquete, mas disse à reportagem que não pretende revelá-los enquanto não estiverem concretos.

Primeiros passos

Das duas décadas de vida, uma inteira foi dedicada somente ao esporte. Verônica começou incentivada pelo pai Jorge Rodrigues Fiúza, o Beijoca. “Ele me treinou desde pequena e meu primeiro campeonato foi pela Escola Ana de Barros, no JEEM”, relembra. Na época, Verônica tinha 10 anos.

Alguns anos depois ganhou bolsa no Colégio Neo Master, onde recebeu incentivo da professora Carminha para o esporte. “Ela foi com a gente até o ensino médio. Sempre mostrou talento para o esporte, principalmente para o basquete”, recorda-se a professora.

Naquele período, a pequena Verônica era pequena apenas na idade e poucos sabiam que ela chegava a um colégio particular com experiência no basquetebol. “Quando eu já estudava no Neo Master, as meninas me chamaram para treinar por eu ser alta, mas jogava basquete antes disso”, enfatiza.

No Sub-17 do NBPG, Verônica se destacava pela estatura. Foto: Rodrigo Czekalski/NBPG

Por conta do tamanho, ela se destacou na posição de pivô. A última ficha de Verônica pelo Sport, na Liga Nacional, registra 1,94m de altura.

Agradecimento

Enquanto era questionada para esta reportagem, Verônica fez um pedido em especial. Um agradecimento a Anael de Lima. 

“O final da minha carreira foi muito sofrido, sabe. Eu estava praticamente me arrastando de tanta dor, mas mesmo assim fui para a Fase Final do Brasileiro em Curitiba. Anael me ajudou demais e foi quem me deu forças para ir”, relembra Verônica.

Além de jogador, Anael de Lima é acadêmico de Fisioterapia em Recife (PE), onde estava a pivô ponta-grossense até ano passado. Com o conhecimento da área técnica esportiva e iniciando no setor médico, ele deu suporte e incentivo para que Verônica completasse o ciclo pelo Sport.

Condropatia Grau 4

É o grau mais grave da lesão no joelho e indica exposição do osso com porção significativa da cartilagem deteriorada. A exposição óssea leva à fricção osso-a-osso, gerando uma inflamação intensa. Há dores e inchaços frequentes na região. No caso de Verônica, a lesão inflamou especialmente o tendão patelar.

Foto: Arquivo Pessoal

“É uma dor horrível. Foi sofrida a minha recuperação. Na época do Sport foi apenas reduzida a carga de trabalho e a quantidade de treino porque o campeonato [Nacional] estava perto. Aí eu fazia fisioterapia e treinava”, conta.

“Descobri [a lesão] em 2019, mas já tenho de antes. Ela vai aumentando gradualmente e sendo atleta bem mais rápido do que deveria. É raro ela ser tão profunda em alguém da minha idade, mas por questões genéticas aconteceu”, conclui a hoje ex-jogadora profissional.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.