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Varejo supera atacado em receita líquida

O Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE) publicou, nesta semana, a Pesquisa Anual do Comércio (PAC), estudo que traz os principais resultados das empresas comerciais brasileiras, cujas atividades se dividem em três segmentos distintos: comércio de veículos, peças e motocicletas, comércio por atacado e comércio varejista.

A pesquisa faz a comparação de desempenhos entre 2008 e 2017 a fim de identificar mudanças estruturais num período de dez anos, e aponta que o varejo superou o atacado tanto em crescimento quanto em total de receita operacional líquida – montante que a empresa efetivamente recebe pelas vendas de produtos, obtido reduzindo-se da receita bruta as deduções relativas às vendas canceladas, descontos, abatimentos, impostos e contribuições.

Dos R$ 3,4 trilhões da receita líquida gerada por atividades comerciais no último ano calculado, 45,5% foram provenientes do varejo, 44,6% do atacado e 9,9% do comércio de veículos. Dez anos antes o cenário era outro: o segmento atacadista, único estabilizado no período, correspondia a 44,4%, o varejo detinha 39,6% da receita líquida do setor e o comércio de veículos, peças e motocicletas, único que registrou queda de 2008 e 2017, era responsável por 16% do total comercial.

Na avaliação do secretário de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional de Ponta Grossa, José Loureiro, a popularização dos “atacarejos” é outro fator que influenciou o destaque do varejo – que é considerado quando a venda é feita direto ao consumidor final, enquanto o atacado destina-se a consumidores intermediários, como governos e estabelecimentos que farão revendas.

As principais variações de aumento na receita operacional líquida foram observadas em hipermercados e supermercados, passando de 9,8% para 12,5% em dez anos; no comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo e minimercados, de 2,2% para 4,8%; e no comércio por atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, de 6,3% para 8,4%.

Receita Bruta

A pesquisa do IBGE também revela que as 1,5 milhão de empresas registradas no país em 2017, englobando 1,7 milhão de unidades locais comerciais, registraram receita bruta de R$ 3,8 trilhões, sendo R$ 1,7 trilhão de responsabilidade do varejo, R$ 1,7 trilhão do atacado, e R$ 360,6 bilhões pelo comércio de veículos, peças e motocicletas.

A região com a maior concentração do total da receita bruta – receita total decorrente das atividades-fim da organização – é a Sudeste (50,5%), seguida do Sul (20%), onde os três estados têm participação mais uniforme. O Paraná é o líder, mesmo registrando queda de 38,9% para 37,8% no período de dez anos; o Rio Grande do Sul recuou a sua participação de 36,4% para 34,6% e Santa Catarina ampliou de 24,7% para 27,6%.

 

 70% dos empregados do comércio estão no varejo

A atividade comercial empregou 10,2 milhões de pessoas em 2017, sendo 74,3% no comércio varejista, 17% no comércio por atacado e 8,7% no comércio de veículos, peças e motocicletas. O principal destaque do varejo foi o avanço de 5,9% do comércio de produtos alimentícios, bebidas, fumo e minimercados (que passou da quinta para a primeira posição no ranking de ocupação dentro do varejo nos últimos dez anos).

Entre 2008 e 2017, o número médio de pessoas empregadas em atividades comerciais variou de seis para sete. Os hipermercados e supermercados foram a única atividade a aumentar significativamente de tamanho no período, subindo sua ocupação média de 81 para 102 pessoas por empresa nos últimos dez anos. Essa expansão foi decorrente de um aumento na quantidade de pessoal ocupado proporcionalmente maior que no número de empresas.

R$ 226,7 bilhões foram pagos no último ano calculado em salários, retiradas e outras remunerações, mantendo a estabilidade dos rendimentos médios das pessoas empregadas em empresas comerciais, que foi de 1,9 salário mínimo em 2008 e 1,8 em 2017. As Regiões Sul e Sudeste apresentaram salários médios mensais, em número de salários mínimos, acima da média do Brasil, com 1,9 s.m. e 2,0 s.m., respectivamente. As demais regiões, Norte (1,7 s.m.), Nordeste (1,4 s.m.) e Centro-Oeste (1,7 s.m.), pagaram salários inferiores à média do País.

 

(Foto: José Aldinan)

 

Comércio gerou 30% dos novos empregos de PG em dez anos

 No mesmo período estudado pela Pesquisa Anual do Comércio do IBGE (2008 a 2017), foram criadas 18.162 vagas de trabalho em Ponta Grossa, sendo 30% (5.574) no setor do comércio. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e desempregados (Caged), do governo federal. Se somados o ano passado e os resultados parciais de 2019 até o mês de maio os totais aumentam, apesar de a participação do setor ter uma pequena baixa: desde 2008 foram feitas 20.583 admissões a mais do que demissões na cidade, sendo 5.812 (28%) em estabelecimentos comerciais.

Considerando os resultados de 2008 a 2018, em apenas dois anos a atividade comercial registrou saldo negativo de empregos: em 2015 (-1224) e 2016 (-639). O destaque do setor é verificado em 2010, quando foram contratadas 1.465 pessoas a mais do que desligadas.

Neste ano, até maio, o segmento registra um saldo negativo de -137 vagas em Ponta Grossa. O desempenho é similar ao total brasileiro, que também demitiu mais do que contratou colaboradores no comércio neste ano – o saldo do país no setor é equivalente a -86.147, o único negativo entre os oito considerados. Em contrapartida, o estado do Paraná é positivo, com a geração de 1.323 novas vagas.

Para o secretário de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional, os resultados podem ser explicados por motivos diversos, como a estagnação de vendas e a lei de terceirização. “O número de vendas não tem registrado um crescimento expressivo nesse ano; se esse fator cai, o quadro funcional cai junto”, afirma José Loureiro. Já sobre a lei da terceirização, a lógica seguida é de que muitos colaboradores que antes eram funcionários contratados, inclusive em setores como o comércio (que sofreu queda neste ano), agora passam a ser prestadores de serviços – atividade que detém o maior saldo de empregos em 2019 na cidade, com a geração de 461 novas vagas.

 

Maiores empresas comerciais de Ponta Grossa

1ª: Supermercados Tozetto

2ª: Supermercados Condor

3ª: Super Muffato

4ª: Grupo MM

5ª: Lojas Havan

6ª: Atacadão

7ª: Macponta

8ª: Grupo Superpão/Super Baratão

9ª: Rede Contorno Cidade

10ª: Base Forte Materiais de Construção

*Dados da Prefeitura Municipal relativos às maiores geradoras de valor adicionado do setorno ano-base 2017

 

Saldo de empregos no comércio de Ponta Grossa

2008: 981

2009: 435

2010: 1465

2011: 1406

2012: 927

2013: 778

2014: 1211

2015: -1224

2016: -639

2017: 234

2018: 375

2019: -137

*Dados do Caged/Ministério da Economia;

**Os dados de 2019 são relativos ao período de janeiro a maio

 

(Foto: José Aldinan)

 

 

 

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