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Roubos de cargas aumentam durante o escoamento da safra

Foto: José Aldinan

O período de escoamento da safra, iniciado em dezembro de 2020, já refletiu no aumento dos registros de roubos de cargas nos Campos Gerais. Boletins de ocorrência revelaram diversos assaltos nas principais rodovias que cortam a região nas últimas semanas. Além de rendidas e ameaçadas com armas, as vítimas tiveram as suas cargas levadas pelos criminosos e que dificilmente serão recuperadas.

Em entrevista no estúdio do portal dcmais, na manhã de terça-feira (23), o presidente da Sociedade Rural, Rodrigo Nascimento juntamente com o capitão Thyago de Oliveira, comandante da 1ª Cia da Polícia Militar, comentaram sobre os riscos e as principais medidas de segurança a serem adotadas para o escoamento da produção agrícola.

Para Rodrigo, neste ano, o maior registro de crimes foi relacionado a roubos de cargas de soja. “Com o começo da colheita, houve um aumento grande de assaltos com caminhões de soja. Isso se deu, principalmente, em decorrência do aumento do dólar. Muitas vezes, o motorista é abordado nas rodovias ou estradas de terra e é amarrado pelos assaltantes que fogem com as carga”, explica.

Além da soja, outros grãos como milho e feijão, além de defensivos agrícolas também são visados pelas quadrilhas. “Também percebemos muitos assaltos nas estradas rurais. Os criminosos ficam de olho para render os funcionários em dias de colheita. Além disso, eles invadem propriedades para roubar dinheiro, maquinários e defensivos agrícolas”, aponta o presidente.

Crimes

Para o capitão Thyago de Oliveira, os crimes ocorrem a partir de três fatores: quando o autor é imbuído de cometer o assalto, quando existe um ambiente favorável e um alvo vulnerável. Segundo ele, entre as ocorrências mais comuns registradas, foi com motoristas de caminhões que estavam estacionados nos pátios de postos de combustíveis ou em locais ermos, como acostamentos, por exemplo.

“Entre os registros que tivemos neste ano estão abordagens dos motoristas por veículos que trafegavam logo atrás. Por isso a importância do caminhoneiro evitar de parar nos acostamentos porque acabam tornando-se um alvo vulnerável. Também é fundamental observar a movimentação do veículo que está logo atrás e observar se ele está demorando para ultrapassar”, alerta.

A preocupação se dá ainda mais após uma situação grave registrada na cidade na última semana. Cinco motoristas foram mantidos reféns durante assalto ocorrido na última segunda-feira (15). As vítimas haviam sido contratadas por um aplicativo de fretes para realizar trabalhos em uma empresa do Distrito Industrial.

Chegando no local, acabaram rendidos por criminosos armados de pistola. Em seguida, foram levados para uma casa onde foram dopadas e permaneceram sob ameaça até a manhã da última quarta-feira (17), sendo liberadas posteriormente na PR-151. Ninguém foi preso.

Para o comandante, o crime ocorrido na semana passada foi bastante peculiar, mas que serve de alerta para a adoção de medidas cautelares. “É de fundamental importância que as informações sejam checadas quando houver contratação de serviços. É preciso desconfiar de preços e verificar se tudo condiz com o mercado”.

Os caminhoneiros, ao pararem nos postos, também devem evitar de repassar informações sobre suas rotas e a carga que estão transportando. “É importante também que eles procurem rotas alternativas para evitar que possam ser seguidos. O uso dos rastreadores também aumenta a segurança e facilita o trabalho da polícia em casos de crimes”, finalizou o Capitão.

Produtores podem estar envolvidos em compra de carga roubada

Ainda segundo o presidente da Sociedade Rural, Rodrigo Nascimento, alguns produtores podem estar envolvidos na compra de cargas roubadas. “Eu nunca vi uma multinacional comprar algo sem nota. O que eu acho é que algum produtor compra essa carga roubada a um preço menor. No meu ponto de vista isso ocorre, pois não tem como dar outro destino para essa carga”, apontou.

Com relação às medidas de segurança, a Sociedade Rural orienta para que os produtores mantenham as propriedades fechadas, não acumulem estoque grande de defensivos agrícolas e optem por andar em comboio nas rodovias. “Também temos diversos grupos de Whatsapp para troca de informações e orientações sobre segurança”, destacou Rodrigo.

Já o comandante da PM destaca os canais de comunicação junto aos órgãos de segurança. “A Polícia Militar tem desenvolvido trabalhos tentando mitigar esse tipo de delito na região atuando também em parceria com outros órgãos de segurança”, finalizou o capitão Thyago.

A entrevista completa pode ser conferida aqui

Telefones para denúncia

190 – Polícia Militar

198 – Polícia Rodoviária Estadual

191 – Polícia Rodoviária Federal

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