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Preço da tilápia subiu 37,4% desde a última Páscoa

Preço da tilápia subiu 37,4% desde a última Páscoa

Paraná é o maior produtor de tilápia do país, que por sua vez é o quarto maior produtor do mundo (Foto: Divulgação)

No ano passado a Páscoa foi celebrada no dia 12 de abril – e, desde então, o preço dos peixes subiu até 37,4% no Paraná. A porcentagem é fruto da diferença dos preços médios nominais de varejo do kg do filé de tilápia no estado do último mês fechado (fevereiro de 2021) e de abril de 2020. O levantamento é feito mensalmente pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab).

Apesar disso, a expectativa é de que o preço se mantenha estável até a Sexta-Feira Santa, dia em que o consumo de frutos do mar aumenta. Em 2020, por exemplo, enquanto que em fevereiro o kg do filé de tilápia era cotado numa média de R$ 40,01, em março caiu para R$ 36,82 e em abril, mês da Páscoa, para R$ 33,40.

“Não é porque o consumo na Sexta-Feira Santa cresce que aumentaremos o preço; o manteremos. Neste um ano os valores subiram por dois fatores: como o dólar está alto o pessoal está exportando muito e também tivemos uma estiagem que afetou a produção”, afirma o gerente da peixaria Boutique do Camarão, Altair Justus.

A administração da Camarão Pistola Distribuidora de Frutos do Mar diz concordar, tanto com a não alteração dos preços devido à data religiosa, quanto ao aumento dos valores se dever a fatores “macro”. “Os animais de cativeiro comem ração, que é composta por soja e milho. Com o preço do dólar alto, um encarecimento puxa o outro. Há aqueles também que ficaram mais caros por conta das exportações, como o camarão de grande porte, e os que encareceram por dependerem de importação, como o salmão”, explicou a distribuidora.

Feira do Peixe

Em entrevista ao DC, o gerente da Boutique do Camarão disse se preocupar com a possibilidade de aglomerações em peixarias nos dias anteriores à Sexta-Feira Santa. “Muita gente deixa pra comprar apenas na Semana Santa, e não tendo a tradicional Feira do Peixe essa possibilidade aumenta”, lembrou Altair Justus.

A reportagem do DC entrou em contato com a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Smapa) questionando os moldes de realização da feira neste ano. Através de sua assessoria de imprensa, o órgão respondeu em nota afirmando que já está em contato com os produtores de peixe de Ponta Grossa para a avaliar a possibilidade e em qual formato seria viável realizar da Feira do Peixe, de forma que evite aglomerações, como medida de prevenção a Covid-19.

“A SMAPA salienta que independentemente da realização e do formato, a Prefeitura fará tudo o que for possível para que os produtores tenham a comercialização de peixe bem-sucedida na Semana Santa”, destaca o retorno.

Paraná é líder nacional na produção de tilápias

No ano passado o volume paranaense de produção de tilápias chegou a 166 mil toneladas, um aumento de 14% em relação a 2019. O resultado é cerca de 135% superior ao obtido por São Paulo, vice-líder com 74.600 toneladas. Os dados são do anuário Peixe BR 2021, da Associação Brasileira de Piscicultura,

De acordo com a associação, seis em cada dez peixes cultivados no Brasil são tilápias, o que faz do País o quarto maior produtor do mundo. A produção da espécie mais importante da piscicultura brasileira atingiu 486.155 toneladas em 2020 (60,6% do total da piscicultura). O crescimento é de 12,5% em relação a 2019 (432.149 toneladas). Puxada pelo Paraná, a Região Sul lidera a produção de tilápia com 44% do total do País – 213.351 toneladas.

Exportações

No ano passado, de acordo com os dados do anuário, a tilápia manteve a liderança no ranking de exportação de pescados. Com 6.680 toneladas, respondeu por 88,17% das vendas externas, com receita de US$ 10,3 milhões (cerca de R$ 55,6 milhões). O crescimento em relação a 2019 foi de 5%.

Entre as categorias de produtos da piscicultura exportadas em 2020, os filés frescos e refrigerados se consolidaram como principal item, abrangendo 45,13% do total, seguido dos óleos e gorduras (18,13%) e peixes inteiros congelados (15,01%). Essa categoria é majoritariamente composta por filés de tilápia, item que apresenta elevado valor agregado (US$ 6,41/kg). Os principais compradores da tilápia brasileira são Estados Unidos (58%), Chile (13%), China (8%) e Japão (5%).

Peixes de cultivo

O incremento na produção de tilápias fez com que o Paraná ampliasse a liderança na produção de peixes de cultivo no Brasil. Foram 172 mil toneladas em 2020 contra 154.200 toneladas no ano anterior, crescimento de 11,5%, superior à média nacional, de 5,9%.

O levantamento da Associação Brasileira de Piscicultura aponta o Estado domina 21,4% da produção nacional. São Paulo (74.600 toneladas), Rondônia (65.500 toneladas), Santa Catarina (51.700 toneladas) e Maranhão (47.700 toneladas) completam o grupo dos cinco principais produtores do País.

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