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“Lockdown é importante, mas precisa ser planejado”, destaca Rodrigo Manjabosco

Secretário de Saúde de Ponta Grossa detalhou aos vereadores as ações e dificuldades enfrentadas pelo Município no combate à covid-19

Para Manjabosco, o problema de saúde pública só será resolvido se a contaminação for enfrentada (Foto: José Aldinan)

O secretário de Saúde de Ponta Grossa, Rodrigo Manjabosco, usou a tribuna durante sessão ordinária da Câmara de Vereadores nesta segunda-feira (15) para expôr aos vereadores mais detalhes sobre as medidas e dificuldades que o Município vem enfrentando no combate à covid-19. Em seu pronunciamento, Manjabosco defendeu a importância do Município fazer parte de um consórcio para compra de vacinas e apresentou um panorama sobre a ocupação dos leitos e o agravamento dos casos da doença ocasionado pela variante P1.

Um dos assuntos mais questionados pelos vereadores foi a respeito da suspensão mais rigorosa das atividades econômicas no município nos próximos dias. Sobre a questão, Manjabosco diz que como profissional da saúde sempre vai defender a vida e a proibição de aglomerações. Ele ressalta que, para este momento, o lockdown é importante, mas precisa acontecer de forma planejada. “Por outro lado, não adianta viver de crise em crise; se fecharmos 15 dias o que acontece depois? A vida vai seguir normal? Neste caso teremos outra crise. No caso de um lockdown é preciso maturidade para discutir o que vem depois”.

Manjabosco ressaltou ainda que do total de pacientes internados hoje no Hospital Regional dos Campos Gerais, metade é da região. Por conta disso, ele defende que as medidas de combate à covid-19 devem ser adotadas em conjunto e não de forma isolada pelo Município.

Vacinação

Manjabosco ressaltou ainda a importância de aprovação do projeto de lei para que o Município seja habilitado em ingresso no consórcio para compra de vacinas. Até agora, segundo ele, 2.361 município assinaram protocolo de adesão ao consórcio. “Quanto maior a participação dos municípios maior o poder de negociação do consórcio, conseguindo fazer uma negociação que muitas vezes o governo federal não conseguiu fazer”, afirma.

Para ele, a única forma de enfrentar a doença de forma efetiva é a vacinação, porque o país não tem capacidade de criar leitos na velocidade com que o vírus se dissemina. “Talvez a vacinação seja a luz no fim do túnel”.

Questionado por vereadores sobre a fonte de recursos para o pagamento das vacinas, o secretário explicou que podem ser utilizados recursos de emendas parlamentares, recursos federais, doações nacionais e internacionais e, em último caso, recursos próprios. Ele destacou a possibilidade do setor privado poder financiar a compra de vacina por meio do consórcio. “No caso do consórcio implantado no Nordeste, o Ministério da Saúde assumiu o pagamento das vacinas adquiridas. Acreditamos que o mesmo vai acontecer com os outros consórcios”, frisa.

Além disso, há a previsibilidade de destinar até R$ 6 milhões em recursos próprios para a compra de vacina. “Estimamos que os R$ 6 milhões comprariam 200 mil doses, o que imunizaria 100 mil munícipes, praticamente a metade do que é preciso imunizar neste momento”. O secretário exemplifica que a aplicação da vacina na população idosa tem mostrado diminuição de mortes nos pacientes com mais de 70 anos. “Quanto mais avançarmos a vacinação com idosos, menor a dificuldade no sistema de saúde”, aponta. A expectativa é que, sendo efetivado o consórcio, em abril as doses adquiridas estejam disponíveis.

Manjabosco reiterou que a definição dos critérios de prioridade de vacinação são definidos pelo Ministério da Saúde, cabendo ao Município apenas a aplicação do Programa Nacional de Imunização (PNI). “Não é exceção de um grupo ou outro, mas priorizar, neste momento, diante das poucas doses disponíveis, quem tem mais risco”, explica.

Agravamento

Manjabosco falou ainda sobre o agravamento da doença ocasionada pela variante P1, que tem exigido mais medicamentos e oxigênio, e a dificuldade de reabastecimento, por conta da grande procura. “A nova variante traz um índice de transmissão muito rápida. Além disso, a média de 14 dias de internamento em UTI aumentou, e hoje a maioria dos pacientes fica de 15 até 30 dias internado”. Aponta. “O leito não desocupa, não temos movimentação de pacientes e isso está criando uma grande crise no sistema de saúde. A UPA Santa Paula não foi criada para ser um hospital. Era pra dar diagnosticar, medicar paciente e dar suporte até ir para o hospital. Agora, o paciente entra e não sai porque a rede hospitalar está lotada”.

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