Por Luana Souza – dcmais
A Polícia Civil prendeu na manhã de quarta-feira (20) um dos suspeitos, de 39 anos, pelo assassinato da transexual Karla Raphaela Pereira dos Santos, 39 anos, desaparecida desde a madrugada do dia 3 de dezembro de 2020. O detido é um empresário de Ponta Grossa, proprietário de carretas, e que já havia sido interrogado há algumas semanas pela polícia após ter sido preso pelo crime de receptação no município de Carambeí, mas foi solto dias depois.
De acordo com o delegado Fernando Jasinski, o empresário, juntamente com outro suspeito que ainda não foi localizado, teria assassinado Karla após uma discussão e ocultado seu corpo em outro município. Os pertences da vítima também teriam sido subtraídos na data do crime. O mandado de prisão contra o primeiro suspeito foi expedido pelo Poder Judiciário e cumprido na casa da mãe do empresário, no bairro de Uvaranas.
“Nós o interrogamos ainda nesta manhã e ele negou envolvimento nos fatos, mas confirmou que teria participado de um programa juntamente com as amigas de Karla, mas afirmou que ela teria deixado o local logo em seguida”, disse o delegado. O suspeito permanecerá preso por 10 dias, prazo para a conclusão do inquérito policial, e permanece à disposição da Justiça.
Crime
Jasinski aponta que o crime teria ocorrido durante uma discussão na casa do segundo suspeito onde ocorria o programa juntamente com outra amiga de Karla. Conforme apontou a Polícia Civil, a vítima e a amiga Fabíola teriam sido convidadas pelos dois suspeitos para a realização do programa na madrugada do dia 3 de dezembro em uma casa localizada no bairro Contorno.
“Deslocado até a residência, a amiga de Karla acabou desistindo do programa, uma vez que este demorou a acontecer, em razão de que a namorada de um dos suspeitos esteve no local, o que obrigou a vítima e a sua amiga a ficarem escondidas. A amiga de Karla relatou que as duas ficaram escondidas por aproximadamente duas horas e, em seguida, manifestaram interesse em receber o pagamento, ocasião em que ocorrera uma discussão com os suspeitos”, relatou.
Um dos suspeitos teria ficado mais agressivo e, conforme informações da Polícia Civil, teria tentado agredir a amiga de Karla, mas acabou contido pelo outro indivíduo. “Ocasião essa em que se chegou a um acordo de pagamento parcial. A amiga de Karla teria então deixado o local. A vítima decidiu permanecer na residência em companhia dos dois indivíduos”, disse o delegado.
Durante esse intervalo de tempo, a vítima encaminhou uma mensagem ao seu irmão para ir buscá-la caso não chegasse na residência em uma hora do encaminhamento da mensagem. Mas, desde então, não foi mais encontrada. O irmão da vítima chegou a ir na residência, mas encontrou o local trancado. As amigas de Karla procuraram a Polícia Civil para noticiar o desaparecimento e foram ouvidas sobre os fatos.
Carta
No dia 21 de dezembro de 2020, a família de Karla enviou uma carta à Polícia Civil clamando por respostas. No documento, além de um relato do que a família apurou, constavam os nomes, endereços e números dos telefones dos dois homens da história. O pai da vítima chegou a conversar na época com a reportagem do DC e, por telefone, disse que sabia que a filha estaria morta. “Eu só preciso que o corpo seja encontrado para eu enterrar minha filha”, disse na época.
Ainda segundo a Polícia Civil, ainda não se sabe onde o corpo de Karla estaria enterrado. Buscas estão sendo realizadas na tentativa de localizar a vítima. Equipes de investigadores também percorrendo diversos municípios da região onde o suspeito teria passado nas últimas semanas.