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Ponta Grossa lidera exportação de soja pelo PR em ano que portos batem recorde

A soja representa quase 40% da movimentação total da Portos do Paraná e, considerando-a em farelo e grão, sua principal origem é da maior cidade dos Campos Gerais

Ponta-grossense Marcus Freitas é diretor jurídico da Portos do Paraná, que recentemente venceu duas das quatro categorias da premiação nacional de práticas de mercado e gestão (Foto: Divulgação)

Em onze meses 2020 bateu o recorde anual de movimentação de cargas nos Portos do Paraná ao totalizar cerca de 53,5 milhões de toneladas. Os granéis de exportação representam 3 a cada 5 produtos que são transportados e a soja, em grão ou farelo, é responsável por 30% da movimentação total. Considerando a origem das cargas, Ponta Grossa se destaca como a líder na exportação da soja, somando mais de 1,79 milhão de toneladas do produto nos dois formatos.

Os dados foram repassados pela empresa Portos do Paraná a pedidos da reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais. Comparando a atividade ao mesmo período do ano passado, de janeiro a novembro de 2020 a cidade enviou quase 85 mil toneladas a mais do produto ao exterior, sendo a maior parte em farelo.

Enquanto que de soja em grãos Ponta Grossa exportou 406.774 toneladas pelos portos paranaenses, em farelo o total foi de 1,38 milhão de toneladas – número, inclusive, que representa o triplo da segunda cidade que mais movimentou este item, que foi Campo Mourão (457.955 toneladas). Ainda considerando apenas a soja triturada, a maior cidade dos Campos Gerais representou mais de a metade (50,9%) de todo o farelo paranaense enviado a outros países através de navios que partiram do litoral do estado.

Riqueza

Os dados mais recentes do Governo Federal mostram que, de janeiro a outubro, a venda de produtos de soja ao exterior (mesmo triturada, transformada em óleo ou os resíduos provenientes dessa extração), rendeu US$ 632,7 milhões aos exportadores de Ponta Grossa, 71,7% de todo o montante obtido pela cidade a partir de vendas de produtos a outros países.

Representatividade local na gestão

A participação local nos portos paranaenses não é restrita apenas à carga, mas também à gestão: dois cargos de alto escalão, que têm influência direta na direção da empresa pública, são ocupados por ponta-grossenses. O deputado federal Sandro Alex atualmente desempenha o cargo de Secretário Estadual de Infraestrutura e Logística – pasta à qual a Portos do Paraná é subordinada – e o ex-procurador municipal Marcus Freitas é hoje o diretor jurídico da empresa de logística.

“Os fatores que atribuo ao recorde dos portos são dois externos e um interno. Os externos são o clima, já que como todos os portos não operamos com chuvas, e tivemos um ano bom nesse sentido, e a excelente produção agrícola que o país teve, principalmente o Paraná; como fazemos exportação de granéis sólidos passamos a ser atrativos por conta da carga que movimentamos”, aponta Freitas.

O diretor jurídico também cita o preparo administrativo contra a pandemia como essencial para os bons resultados, citando que desde janeiro, antes de a doença ser confirmada no Brasil, já foram tomadas medidas como monitoramento das tripulações por 15 dias antes de permitir sua descida no cais brasileiro.

+ de 1 terço do PIB do estado é movimentado pelos Portos do Paraná

“A Portos do Paraná movimenta 37,5% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do estado. 91% da mercadoria que entra no entre e sai do país vem através do mar, então se os portos param o país quebra. E não só a sua economia, já que também movimentamos insumos e remédios”, estima ele, destacando que diferentemente dos portos catarinenses, por exemplo, que só movimentam contâiners, os paranaenses são multicargas.

Marcus Freitas destaca que além dos funcionários próprios, cerca de dois mil trabalhadores portuários avulsos (TPA) entram no porto no período de 24 horas e que entre 2 mil e 2,5 mil caminhão se movimentam no local por dia. “São muitas pessoas de muitos lugares que se encontram em 4,5 km, a extensão da faixa portuária”, ressalta o ponta-grossense, que frisa que houve nenhum caso de covid-19 relacionado ao porto durante o ano.

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