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Impasse nas tratativas salariais deixa horário do comércio indefinido

Arquivo DC

O impasse nas tratativas de reajuste salarial entre o Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas) e o Sindicato dos Comerciários gerou indefinição sobre o horário de funcionamento das lojas nas semanas que antecedem o Natal. O horário diferenciado do comércio, assim como nos anos anteriores, estava previsto para começar no dia 30 de novembro com horários estendidos até às 20 horas na primeira semana de dezembro, até às 21 horas na segunda semana e até às 22 horas na terceira.

O impasse do horário diferenciado se dá justamente porque a Convenção Coletiva trata do piso salarial da categoria e também do funcionamento do comércio no final do ano. De acordo com Rafael Ribeiro, gerente executivo do Sindilojas, as tratativas com a categoria estão sendo realizadas desde o final de setembro.

“O Sindicato dos Comerciários insiste em um piso maior que o da inflação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) que seria 2,46% referente ao mês de maio. Hoje o salário base da categoria é de R$ 1.395,00 e com o INPC aplicado, que refere-se a nossa proposta, o valor subiria para R$ 1.429,32. A solicitação deles é para um valor que chega a R$ 1.437,00. No entanto, o nosso sindicato entende que estamos dentro da pandemia e neste momento é muito difícil pagar qualquer aumento real. Não estamos nos negando a pagar, mas sugerimos um reajuste somente com base na inflação”, explicou Ribeiro.

O presidente do Sindilojas, José Loureiro, revela que Ponta Grossa é a cidade que mais bem paga o piso salarial no Paraná. “As outras cidades sempre negociaram e estão fechando um valor final de R$ 1.420,00. E nós garantimos R$ 1.429,00. A diferença é pequena, mas se multiplicarmos essa diferença por funcionário poderíamos contratar muito mais. É um valo que impacta na planilha de custos. Esse impasse prejudica as contratações temporárias e a programação do horário diferenciado”, comentou Loureiro.

Para o presidente do Sindicato dos Comerciários, João Vendelin, o piso regional prevê reajuste de R$ 1436,60, valor que, segundo ele, também deveria ser pago para a categoria em Ponta Grossa. “É uma questão moral. Acreditamos que deveríamos ganhar pelo menos isso. Mas com a negativa deles, vem o problema do horário diferenciado para o Natal. Não tendo a convenção coletiva não tem como as lojas prorrogarem os seus horários”.

Diante do impasse, Vendelin destacou que a única solução seria fazer um acordo coletivo diretamente com as lojas. “Nesse acordo traria reajuste para R$ 1.435,00 e também o horário diferenciado com proposta de funcionamento das lojas até às 20 horas nas duas primeiras semanas e até às 22 horas na terceira semana. Estamos oferecendo esse acordo para as lojas que nos procuraram. A nossa preocupação é com emprego e com as empresas de modo geral. Nós estamos dispostos a conversar, mas não podemos fechar algo mais baixo que cidades próximas”, disse.

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