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Leopoldo quer levar esporte aos bairros de PG

Presidente da recém-criada Fundação de Esportes fala ao DC sobre prioridades da gestão, obras na Arena Ponta Grossa e apoio ao Operário Ferroviário

Marco Favero
“Eu amo esporte”, resume Leopoldo Cunha Neto, que foi indicado para o cargo na semana passada

Uma conversa franca. Assim foi a primeira entrevista de Leopoldo Cunha Neto (PPS), presidente da recém-criada Fundação Municipal de Esportes, ao Diário dos Campos. Com 48 anos de idade, Leopoldo fará pela primeira vez parte de uma equipe do primeiro escalão do município, já que a última vez em que ocupou cargo público foi entre 2001 e 2004, quando foi vereador. Além do Legislativo, o novo presidente já foi candidato a prefeito, em 2004, a deputado federal, em 2006, e a vice-prefeito de Sandro Alex, nas eleições de 2008.

Durante pouco mais de meia hora, em conversa no Ginásio Oscar Pereira nesta quarta-feira, Leopoldo destacou as prioridades da pasta, que terá orçamento de quase R$ 4,8 milhões, e as diferenças essenciais para o esporte com a mudança de Secretaria para Fundação. Além disso, falou sobre o amor ao esporte e o desejo em trabalhar na área, mesmo sendo um profissional da administração. Casado e com dois filhos, Leopoldo retorna a Ponta Grossa depois de trabalhar no gabinete do deputado federal Sandro Alex (PPS), em Brasília, como assessor parlamentar. Confira a entrevista com o novo presidente:

DIÁRIO DOS CAMPOS: Como foi o processo de escolha do senhor para a Fundação de Esportes? Porque a divulgação do seu nome foi um pouco depois da maior parte do secretariado?

LEOPOLDO CUNHA NETO: “Sempre fui um companheiro do Marcelo Rangel. Depois que perdi as eleições [para prefeito] em 2004, decidimos criar um novo grupo político para Ponta Grossa. Eu tinha essa vontade. Fui pesquisando e encontrei os nomes do Marcelo e do Sandro [Alex], fiz o convite para que eles entrassem no partido e eles vieram conosco. Nessa eleição também estivemos muito próximos, e há duas semanas o Marcelo me disse da vontade dele de que voltássemos a trabalhar juntos, e me falou que gostaria que eu tomasse conta da antiga Secretaria de Esportes, transformada agora em Fundação de Esportes. Isso porque a Secretaria tem pouco recurso, e a gente precisa ter a possibilidade de buscar mais recursos. Fiquei surpreso com o convite para presidir a Fundação, mas ao mesmo tempo fiquei muito feliz, porque eu me identifico com o esporte e por isso aceitei o desafio. Mesmo com tudo certo, ele esperou alguns ajustes para divulgar o meu nome”.

DIÁRIO: Gostaria que o senhor destacasse as vantagens do município transformar a Secretaria de Esportes em Fundação. Na prática, quais são as diferenças?

LEOPOLDO: “A vantagem é que você vai poder captar recursos. A Secretaria, ela funciona dentro de um orçamento pré-determinado, enquanto que a Fundação não tem limite, você pode captar o quanto de recurso você conseguir. Então vai depender agora da Fundação buscar recursos para o esporte de Ponta Grossa. Permanece o valor do orçamento, que é de R$ 4,8 milhões, mas eu vou ter a possibilidade de ampliar isso a partir da Lei de Incentivo ao Esporte Federal”.

Marco Favero
Leopoldo Cunha Neto projeta melhorias no Ginásio Oscar Pereira

 

DIÁRIO: Com a mudança da Secretaria para Fundação, existe a possibilidade da contratação de mais profissionais para trabalhar na instituição e uma melhoria de estrutura para o esporte? O quadro funcional da Secretaria será mantido?

LEOPOLDO: “Ainda não tem uma previsão de novas contratações. Sim, os funcionários da Secretaria de Esportes permanecem na Fundação, será o mesmo quadro funcional. A partir do momento que nós tenhamos mais recursos, poderão ser feitas novas contratações, e com mais pessoas, podemos qualificar e ampliar a quantidade de eventos para a comunidade”.

DIÁRIO: Como será a fiscalização e o trabalho da Fundação em relação as obras da Arena Ponta Grossa? O senhor já visitou a obra?

LEOPOLDO: “Hoje [quarta-feira] eu conversei com o encarregado da obra e fiquei muito decepcionado com o andamento dos trabalhos. Eu vi que eles escolheram um local para a obra que não é o mais adequado, mas já que foi feita essa escolha a obra deveria ter sido projetada para aquele local. Não sou engenheiro, nem tenho esse conhecimento na área, mas eu acho que eles pegaram um projeto pronto de outra cidade e falaram, vamos implantar este projeto aqui. Ficou uma obra estranha, tanto que onde eu achei que era a porta de entrada na verdade era a saída de emergência, entendeu? Então é um negócio meio sem cabimento. Agora, está feito. Eles gastaram quase R$ 8 milhões, senão mais, e existem vários problemas técnicos. Tem goteira lá, mesmo quando não está chovendo está pingando lá dentro. Precisa ser consertado o mais rápido possível e ser entregue para a população o mais rápido possível. A Secretaria de Planejamento, que tem os profissionais capacitados para isso, vai fazer o levantamento dos problemas e fazer a cobrança para que a empresa faça as adaptações. A minha parte, agora, é receber o ginásio em pleno funcionamento”.

DIÁRIO: Qual será a sua prioridade no comando da Fundação?

LEOPOLDO:  “Minha prioridade é levar esporte e lazer para o maior número possível de ponta-grossenses. Desde a criança até a melhor idade. Quero fazer com que essas pessoas tenham acesso a prática esportiva ou ao lazer o mais próximo possível do alcance delas”.

DIÁRIO: Durante a campanha, o Marcelo Rangel focou em dois assuntos quando se fala em esporte: o primeiro deles é em relação aos campinhos nos bairros e uma competição que envolva as comunidades, e a segunda é o apoio ao Operário Ferroviário. Como será o trabalho da Fundação nesse sentido?

LEOPOLDO: “As portas da Fundação sempre estarão abertas para o Operário Ferroviário. Existe um comprometimento do Marcelo Rangel com o Operário, e ele está a disposição para ir até as empresas junto com a diretoria tentar recursos para o futebol profissional”.

DIÁRIO: E sobre os campinhos?

LEOPOLDO: “A gente vai colocar tudo em funcionamento. Nós temos que dar oportunidade para a população usar estes espaços, dar condições das pessoas usarem. Também queremos dar material esportivo para as associações de bairro, quero que alguém da Fundação fique responsável só por isso, em deixar estes responsáveis sempre com bola, uniforme, enfim, o mínimo de estrutura para poderem usar o campinho”.

DIÁRIO: Mesmo que ainda não tenha visitado todas as estruturas esportivas da cidade, você já consegue identificar o principal problema que temos nesta área em Ponta Grossa?

LEOPOLDO: “O principal problema eu acho que são estes erros na obra da Arena. Aqui também, porque o Oscar Pereira já é um ginásio antigo e ele necessita de reformas, por isso vamos buscar recursos, e, além disto, ele recebe hoje as partidas da Chave Ouro do Paranaense de Futsal, que é muito importante para a divulgação da cidade. Também gostaria de melhorar a iluminação, deixar o ambiente mais aconchegante, até porque nós temos uma academia pública aqui. Resolvidos os problemas da Arena, também gostaria muito que o Keima Futsal mandasse suas partidas lá, vou conversar com os dirigentes do Keima sobre isso. É um espaço novo, é um espaço agradável. Gostaria que a população que pagou caro por aquilo pudesse usufruir daquele espaço. Vamos nos esforçar para isso e resolver estes problemas estruturais”.

DIÁRIO: Durante a gestão do secretário Marcelo Martins, um dos pontos mais importantes do trabalho dele era o apoio as Ligas. Algumas se desenvolveram nestes quatro anos, outras nem tanto. Com fazer para desenvolver as Ligas que ainda estão incipientes e manter o bom caminho das que já se estabeleceram?

LEOPOLDO: “O que eu tenho que fazer neste momento é ouvi-los. Assim como vou fazer com a Liga de Futebol nesta segunda-feira, quero fazer isso com todas elas. Já tive a oportunidade de conversar com a Liga Desportiva, através do Paulo [Affonso Moreira], fiz uma visita ao Borell [du Vernay] também nesta semana e gostei demais com que eu vi. Quando eu entrei lá eu fiquei satisfeito porque a estrutura está bem cuidada, claro que tem problemas – tem goteira lá também, mas na maior parte do ginásio está tudo bem preservado. Eu acho que a Liga Desportiva é um exemplo a ser seguido, até pelos resultados que o basquete vem conquistando nos últimos tempos”.

DIÁRIO: Antes de ser indicado como presidente da Fundação, o senhor estava em Brasília trabalhando com o deputado Sandro Alex. Este tempo em que você ficou lá pode ajudar em um bom trânsito para os projetos do esporte de Ponta Grossa no Governo Federal?

LEOPOLDO: “Eu não tenho dúvida. Claro que ainda quero ver como vai ser o comportamento para a liberação de recursos para nós, mas que pessoalmente eu tenho um acesso muito bom ao Ministério do Esporte isso com certeza. Isso porque nós construímos uma boa relação com o Aldo Rebelo [atual ministro] e sua assessoria, antes mesmo dele ser ministro. Quando ele era deputado, relator do Código Florestal, o Sandro Alex o trouxe à Agroleite, e a palestra dele para mais de 300 agricultores foi aplaudida de pé, e ele ficou muito emocionado. Então a gente teve um tratamento muito especial para com ele, com a importância que ele tinha na época, e aí surgiu esta boa relação nossa com o Aldo”.

 

DIÁRIO: O Marcelo Martins era muito criticado por não ser um profissional da área da Educação Física. Isso também te preocupa? Acha que pode restringir ou atrapalhar o seu trabalho?

LEOPOLDO: “Olha, eu ainda não recebi críticas depois que fui indicado, então isso já é um sinal positivo em relação a essa questão. Hoje [quarta-feira] eu conversei com o ex-secretário Marcelo Martins e ele é uma pessoa muito boa, que vem de um berço político muito interessante, que é o do ex-prefeito Cyro Martins. Por isso, ele tem uma visão politica muito aberta, tanto que sai da Secretaria com uma avaliação positiva por parte das pessoas com quem eu converso, que inclusive dizem que ele era um dos secretários mais queridos da última gestão. Pois é, ele entrou sob críticas mas saiu admirado, então espero que aconteça isso comigo também. Sei que não sou da área, mas amo o esporte. Para mim será mais do que um trabalho, será uma alegria muito grande ser o responsável pelos rumos do esporte em Ponta Grossa”.

DIÁRIO: Em dezembro do ano passado, aconteceu a primeira edição dos Jogos Abertos Paradesportivos do Paraná (Parajap’s). Ponta Grossa teve um desempenho muito bom na competição, mas participou em poucas modalidades se compararmos as cidades do nosso porte. O que fazer para melhorar o nosso esporte paralímpico?

LEOPOLDO: “Este é um grande desafio. Ainda mais porque os Parajap’s, que aconteceram em Londrina em dezembro do ano passado, foram um Projeto de Lei do então deputado Marcelo Rangel. A gente vai trabalhar junto com as pessoas envolvidas para estruturar as Associações, ampliar a oferta de modalidades e auxiliar principalmente na inclusão social”.

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