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Paraná comemora Dia Nacional de Conservação de Solos com alerta aos agricultores

 

O Dia Nacional da Conservação do Solo, comemorado nesta segunda-feira, 15 de abril, é um alerta aos agricultores, segundo o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. “A falta de conservação de solos gera prejuízos para o agricultor, para a economia do Estado e do País, com a queda na produtividade e na produção das lavouras”, afirma o secretário.

Ele ressalta que os impactos extrapolam para outros setores, como o aumento na emissões de gases de efeito estufa, inundações e deslizamentos de encostas, aumento nos custos de transporte e manutenção de estradas e pontes, maior incidência de enfermidades, elevação nos gastos com saúde e maiores custos para tratamento de água, entre outros problemas.

Ortigara lembra que o Paraná tem tradição em técnicas de conservação de solos. “Foi no Estado que surgiu a famosa técnica do plantio direto que ajuda a evitar a erosão dos solos. Essa técnica ganhou o mundo e hoje é praticada em muitos países”, diz Ortigara. “Mas ela sozinha, não é a solução. Precisa estar acompanhada de práticas como o terraceamento, estradas em nível para evitar o escorrimento da água da chuva para fora das propriedades, cobertura florestal e muitas outras”, explica.

EROSÃO HÍDRICA – Segundo Ortigara, observa-se nas diferentes regiões do Paraná, a degradação das terras, principalmente pela erosão hídrica, fenômeno que nas décadas de 1980 e 1990 foi bastante reduzido, em razão de ações de conservação do solo tomadas pelo governo, em conjunto com os agricultores e com muitas instituições da sociedade civil.

O secretário observa que a descontinuidade dessas ações nos anos seguintes fez com que a erosão retornasse e, com ela, além da degradação das terras, o comprometimento da qualidade da água de muitos rios e reservatórios do Estado.

“Pela terceira vez, o Paraná está tomando recursos emprestados no exterior para investimentos na área de conservação de solos e água, uma estratégia fundamental para garantir a produção agrícola e evitar prejuízos à economia do Estado”, diz Ortigara.

Parte dos recursos do empréstimo que está sendo feito junto ao Banco Mundial, no valor de US$ 350 milhões, será aplicada em ações no programa de Gestão de Solo e Água em Microbacias, para recuperação de áreas degradadas do solo.

Cada microbacia trabalhada vai concentrar um rol de tecnologias e práticas sustentáveis que servirá de modelo para as demais regiões. Todas as ações serão adotadas em parceria com as instituições da sociedade civil, para que haja comprometimento e o envolvimento de todos. A previsão é trabalhar 350 microbacias até o final do ano que vem, das quais 26 já estão com os projetos iniciados.

INTEGRADA – O programa visa a adoção integrada de um conjunto de tecnologias conservacionistas. Além do plantio direto, devem ser adotadas práticas como o plantio em nível, o terraceamento corretamente dimensionado, a integração das estradas com a lavoura e a cobertura florestal nas áreas limítrofes aos rios e nascentes e nas pendentes acentuadas.

Ortigara destaca que está previsto o repasse de até R$ 170 mil, a fundo perdido, por microbacia, para que sejam referência em desenvolvimento sustentável. Cada município deve ser contemplado com a recuperação e conservação de pelo menos uma microbacia, de preferência aquela que está mais degradada e que atinge um número maior de agricultores familiares.

PARTICIPAÇÃO – É exigência do Banco Mundial a participação intensa da sociedade através da realização de audiências públicas, formação de conselhos gestores, porque é a sociedade que vai indicar o que deve ser feito e se comprometer com a busca de recursos complementares em outras instituições públicas ou privadas.

O secretário destaca que o programa reconhece o agricultor como um guardião das riquezas ambientais do meio rural e da qualidade de vida nas comunidades rurais.

Por isso ele conclama os cidadãos a pensar no solo como algo que precisa ser preservado e utilizado sob o enforque da sustentabilidade. Segundo Ortigara, não se pode esquecer que é a atual geração que está usufruindo de um solo que foi utilizado pelas gerações passadas e está tomando emprestando o solo das gerações futuras.

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