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O Governo do Paraná e o Ministério do Esporte anunciaram nesta terça-feira (30) a implantação no Estado do projeto social Pintando a Cidadania, que contará com um orçamento de R$ 2 milhões e envolverá 103 egressos do sistema penitenciário paranaense na fabricação de materiais esportivos. Os produtos confeccionados serão doados para escolas públicas, centros de socioeducação e penitenciárias. A iniciativa tem o objetivo de promover a inclusão social e o ingresso dos presos no mercado de trabalho. Participarão do programa egressos em liberdade condicional, pessoas condenadas a penas de medidas alternativas e presos do regime aberto. Pelo convênio, que será assinado em setembro, serão produzidos 61 mil itens de material para esporte, como camisas e camisetas, agasalhos de moletom e de microfibra, jaquetas, bolsas, bolas de futebol de campo, futsal, futsal com guizo (para cegos) e de vôlei. A unidade de produção serão instalada em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, em espaço cedido pelo Tribunal de Justiça do Paraná. É um programa que promove a ressocialização e permite que presos e egressos do sistema penitenciário tenham uma profissão e voltem para sua família. O governo estadual trabalha para garantir dignidade e oferecer condições para a inclusão social de todos os paranaenses, disse o governador em exercício Flávio Arns durante o ato em que foi anunciada a implantação do programa. Além da profissionalização, os detentos que trabalham terão a pena reduzida em um dia para cada três dias trabalhados e receberão salário de acordo com a produção. O programa contará com um orçamento de R$ 1,975 milhão, sendo R$ 1,580 milhão do Ministério do Esporte e R$ 395 mil de contrapartida do Governo do Estado. Arns destacou que o programa também contribui para estimular a prática esportiva, que é um instrumento para a socialização e para o combate ao uso de drogas. Os materiais serão distribuídos para comunidades carentes, como forma de fomento ao esporte de base em escolas e projetos sociais executados pelo estado e municípios. A secretária de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes, disse que a iniciativa é importante para a socialização e ocupação do tempo. Segundo ela, a capacitação profissional é prioridade na política do governo para o sistema prisional. Vamos valorizar a educação profissionalizante e esse convênio é resultado disso. Queremos incentivar o trabalho e as práticas positivas do esporte, e para isso é importante um ambiente de paz, disse a secretária. Em setembro, o governo estadual começa a oferecer cursos a distância para presos do regime fechado. Para o secretário Nacional de Esporte Educacional do Ministério do Esporte, Wadson Ribeiro, o programa investe no esporte como valor para a formação do caráter do jovem e ensina o convívio coletivo. É mais uma parceria do governo federal com o Paraná que demonstra o interesse de investir no sistema prisional e no esporte e assim garantir mais qualidade de vida, afirmou o secretário. Ele destacou ainda a importância do programa Segundo Tempo, que, por meio de parceria entre o Governo do Estado e o Ministério do Esporte irá permitir que 20 mil estudantes do Paraná pratiquem atividades esportivas em contraturno escolar. MATERIAIS Durante evento realizado no Palácio das Araucárias, o governador em exercício Flávio Arns entregou 243 kits de material esportivo para 200 escolas da rede pública de ensino, 19 Centros de Socioeducação (Censes) e 24 unidades penitenciárias do Paraná. Os produtos foram confeccionados por presos de outros estados e doados pelo Ministério do Esporte. A diretora do Centro de Educação Infantil Caminho do Futuro, Eloir Januária da Silva, afirma que os materiais vão melhorar a prática de educação física na escola, que tem 340 alunos. Temos dificuldades para comprar equipamentos esportivos e essa doação vem em uma boa hora, disse ela. Os kits, destinados a escolas localizadas em regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), contêm bolas de futebol de campo, futsal, handebol, basquete, vôlei, jogos de xadrez e dama e bandeiras do Brasil somando 97 itens cada, avaliados em R$ 294.319,00. Os Censes, que assistem crianças e adolescentes conforme determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), vão receber kits com 83 itens similares aos das escolas, totalizando R$ 15.864,00. As penitenciárias paranaenses ganharão, cada uma, kits com 10 bolas de futsal, que somam R$ 5.463,00. LIBERDADE E CIDADANIA O programa Pintando a Cidadania é uma extensão do Projeto Social Pintando a Liberdade, criado em 1995, na Colônia Penal Agrícola do Paraná, em Piraquara, para promover a ressocialização de internos do sistema penitenciário por meio da fabricação de materiais esportivos. O Pintando a Liberdade envolve presos que estão em regime aberto. Hoje existem em Curitiba e Região Metropolitana 1.700 egressos em condições de atuar, dos quais 103 serão aproveitados inicialmente no Pintando a Cidadania. O programa da Colônia Penal, que foi implantado em diversos estados da federação, foi criado pelo psicólogo Roberto Canto, atual diretor do Patronato Penitenciário de Curitiba. Canto que será responsável pela execução do Pintando a Cidadania afirma que objetivo é promover a inclusão social dos presos e garantir o ingresso deles no mercado de trabalho. Ações como esta reduzem o risco de retorno dos presos ao mundo do crime e contribuem para o desenvolvimento da prática esportiva com materiais de qualidade, avalia Canto.