Pico do Paraná, na Serra do Mar
As primeiras informações fornecidas ao Corpo de Bombeiros davam conta de que eles conseguiram montar um abrigo com lona e tinham comida suficiente até o momento do resgate, além de uma lanterna, explica o Comandante do Gost, Major Samuel Prestes.
Na manhã de terça-feira (6), familiares dos adolescentes entraram em contato com o Corpo de Bombeiros informando o suposto desaparecimento. A partir daí, foi traçado um plano de trabalho para localizá-los. Por volta do meio-dia, o Gost conseguiu contato telefônico com os jovens, que passaram informações sobre a sua possível localização e foram orientados a permanecer onde estavam e aguardar o resgate.
Eles fariam a travessia entre os dois morros, mas devido ao mau tempo resolveram retornar e se perderam na trilha, conta Prestes. Foram enviadas para o local duas equipes do Gost, coordenadas pelos tenentes Luis Eduardo Zarpellon e Giovanni Rafael Ferreira. Uma seguiu pelo caminho que os garotos deveriam fazer e outra, por uma trilha indicada a partir de um estudo feito pelo Corpo de Bombeiros.
Na noite de terça, a equipe do tenente Giovanni retornou, já que houve contato com os garotos o que indicou que a outra equipe, a do tenente Zarpellon, estava no caminho certo. Apesar da volta desta equipe, nos trabalhos finais estávamos todos reunidos novamente para o resgate. A união de todos os integrantes do Gost foi importante para o sucesso da operação, afirma Zarpellon.
AÇÃO De acordo com o tenente, foi necessária a abertura de trilhas para que os bombeiros chegassem até o local em que os garotos estavam. Geralmente, as pessoas que se perdem saem um pouco das trilhas e acabam se desorientando. Mas este caso foi diferente. Eles se afastaram demais do caminho, sendo preciso abrir uma nova trilha para resgatá-los, diz Zarpellon.
O tenente ainda conta que na terça-feira, quando houve o primeiro contato, as equipes chegaram perto do local indicado (cerca de 2 quilômetros do ponto do encontro) usando bússola e GPS, e passaram a utilizar apitos e ouvir vozes. Mais tarde, também gritaram para chamar os rapazes.
O tempo úmido, chuvoso, o frio e as tempestades dificultavam tanto a comunicação quanto o acesso rápido. Por isso demorou um pouco, afirma Zarpellon. Quando os encontramos eles estavam bem, levando em consideração que passaram alguns dias na mata fechada com frio e chuva, acrescenta.
O resgate dos garotos se deu pelo Morro Camacauã, onde uma viatura do Corpo de Bombeiros já aguardava para transportá-los. Eles foram levados até a Fazenda do Dílson, no pé do Pico Paraná, local em que os familiares os aguardavam.