Rodrigo Covolan |
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De acordo com Caroline Saad, a cirurgia só é feita quando o tratamento não apresenta resultados |
Uma das doenças do aparelho digestivo, o Refluxo Gastroesofágico, é um mal crônico que apresenta alterações no esôfago resultantes do retorno anormal do conteúdo estomacal, naturalmente ácido, para o estômago.
De acordo com Caroline Saad, gastroenterologista, queimação retroesternal e regurgitação ácida são um dos principais sintomas de quem apresenta refluxo. É muito comum encontrarmos pacientes com manifestações atípicas do refluxo, como por exemplo, dor torácica, que pode ser confundida com infarto do miocárdio; desconforto torácico durante ou após a alimentação, com a sensação de que o alimento entalou; tosse seca crônica; pigarro; crises de bronquite; pneumonias de repetição; laringite; otite; sinusite; mau hálito; aftas e até mesmo alterações dentárias, explica.
O diagnóstico da doença pode ser feito através dos sintomas que o paciente apresenta. Podemos diagnosticar com base na história clínica e de acordo com os principais sinais de refluxo. Também exames como a endoscopia digestiva alta, dentre outros, podem ser solicitados analisando cada caso, diz Caroline.
A especialista revela que alguns alimentos e bebidas podem favorecer o aparecimento da doença. Alimentos gordurosos, volumosos, cítricos e chocolates, café, refrigerantes, bebidas alcoólicas em geral relaxam a válvula que impede o refluxo do estômago para o esôfago. Alguns alimentos são de difícil digestão e permanecem um período maior no estômago e também favorece o refluxo. A reeducação alimentar é uma parte extremamente importante para a prevenção e o tratamento.
Algumas atividades físicas, segundo a gastroenterologista, também podem agravar os pacientes que sofrem de refluxo. Exercícios como agachamento e que exigem muito peso, aumentam a pressão intra-abdominal, comprimindo o estômago e favorecendo o refluxo, conta.
Refluxo em crianças
A médica revela é muito comum refluxo em bebês e na maioria das vezes uma das causas é a imaturidade do sistema digestivo. Nas crianças, o diagnóstico é essencialmente clínico, mas exames contrastados seriado do esôfago-estômago e duodeno podem ser feitos para confirmar o diagnóstico, explica.
Segundo Caroline, na maioria das vezes o caso se resolve até o primeiro ano de vida, quando o sistema digestivo passa a funcionar plenamente.
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