Os números nacionais apontam um volume de 17 milhões de toneladas de milho para exportação, até o final do ano. Desse total, 5 milhões devem sair do País por Paranaguá. É um volume cem por cento superior ao que o Porto exportou no ano passado, afirma o diretor empresarial da Appa, Lourenço Fregonese.
Até agora, o País exportou mais de 1,8 milhão de toneladas de milho quase 135 mil toneladas apenas no mês de junho. Os dados são do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
PREÇOS Mesmo com previsão de safra recorde para este ano no Paraná algo em torno de 10 milhões de toneladas a expectativa é que os preços se mantenham. Apesar de a oferta do produto estar se mostrando grande e, por conta disso, os preços estarem pressionados, a tendência é que isso se reverta face à quebra da safra norte-americana, prevê o economista Marcelo Garrido, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Segundo ele, o produtor paranaense deve receber em torno de R$ 20 pela saca do milho.
A colheita da segunda safra de milho começou em maio e se intensifica em julho, mas tem picos em agosto e setembro. De acordo com o Deral, os produtores paranaenses colheram até agora apenas 5% do milho safrinha. Porém, 20% da colheita já estão vendidos. Este ano tivemos alteração no calendário agrícola. O paranaense plantou seu milho dez dias antes, até para evitar o período mais crítico de geada, explica Garrido.
De janeiro a junho, ainda de acordo com o técnico do Deral, a exportação do milho brasileiro gerou receita de U$ 470 milhões. Para o Paraná, foram US$ 180 milhões no mesmo período. Ou seja, o Estado teve uma participação de 38%. Essa participação é muito maior que a média do ano passado, que não passou de 16%, afirma Garrido.
A expectativa é que a exportação do milho safrinha aumente no segundo semestre, caso se confirme a quebra da safra norte-americana, em decorrência da drástica seca.
EXPORTADORES Segundo Helder Catarino, gerente comercial da Interalli, uma das principais exportadoras da commodity em Paranaguá, a expectativa é fechar o ano com mais de 4 milhões de toneladas de milho exportadas. Os principais fatores que fazem melhorar a nossa expectativa são a alta produção da segunda safra, a demanda aquecida pelo produto e os bons preços, afirma.
Mais de 653 mil toneladas de milho exportado por Paranaguá são provenientes de produtores paranaenses. O segundo principal Estado de origem do produto é o Mato Grosso do Sul, responsável por 55 mil toneladas. E os principais destinos da carga, em 2012, foram Taiwan (República da China) e Marrocos (na África).
Aos exportadores e produtores que pretendem operar pelo porto paranaense, o diretor empresarial da Appa dá um recado. Nós faremos o possível para atender toda a demanda. Considerando o desempenho que tivemos com a soja, apesar de toda a chuva do primeiro semestre, eu digo aos produtores: podem ficar tranquilos que o Porto de Paranaguá vai dar conta, diz Lourenço Fregonese.