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Das telonas para a realidade: conheça o sniper paranaense

O sucesso do filme “Sniper Americano” (de Clint Eastwood) – que retrata a participação de Chris Kyle, profissional da Marinha norte-americana na guerra do Iraque – traz à tona um trabalho rotineiro desenvolvido pelos atiradores de elite das polícias do Paraná.

A ação de um tiro certeiro para resolver uma situação extrema cabe ao sniper, que integra missões especiais convocadas para atuar em situações de crise, após passarem por treinamento contínuo e de precisão.

Tão importante quanto o disparo é a observação de toda a área de crise. “Poucas vezes somos vistos, mas sempre estamos presentes em situação que envolva reféns, de distúrbios civis ou rebeliões”, sintetiza um dos snipers que integra os grupos de elite policiais do Paraná.

Os snipers – que não têm seus nomes divulgados – também participam para desarticular uma ação criminosa que possa ocorrer em estabelecimentos comerciais ou penitenciários, por exemplo, e trabalham em apoio a operações de risco, além da atuação em grandes eventos, como ocorreu durante a Copa do Mundo em Curitiba, em 2014.

Eles compõem um grupo seleto, mesmo dentro das equipes especiais das polícias. No Paraná, são oito snipers no Comando e Operações Especiais (COE), subunidade do Batalhão de Operações Policiais (Bope), da Polícia Militar, e quatro profissionais especializados que fazem parte do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), da Polícia Civil, além de outros dois que estão em formação.

“O teste prático para fazer parte do Bope ou do Tigre já alcança níveis de dificuldade bem elevados. Uma vez dentro da equipe, são identificados aqueles com personalidades que se encaixem no perfil de um exímio atirador de elite, para passar pelas capacitações necessárias”, informa o líder dos atiradores na PM.

ATUAÇÃO – Durante a ação, os atiradores de elite trabalham em duplas. Normalmente, eles estão posicionados a uma distância que varia de 100 a 300 metros, mas alguns dos disparos já atingiram mais de 1.000 metros.

Juntamente com fuzis calibre 308, munição específica (com maior precisão) e lunetas de observação, os snipers paranaenses são equipados com aparelhos eletrônicos e de alta tecnologia para que a probabilidade de erro seja a menor possível, como telêmetro (para medir distâncias), e termo-higrômetro (indicador de temperaturas e umidade).

Isso porque uma mira perfeita não é o suficiente para ter sucesso na atividade. Cálculo das mais diversas variáveis, como direção do vento, mudança de temperatura e umidade do ar são imprescindíveis. “Todos esses elementos interferem na direção do tiro e devem ser rigorosamente calculados”, observa um dos snipers do grupo.

Tão importante quanto a parte prática é o estado psicológico dos policiais. “Discrição, memorização, observação, adaptação, respiração e calma são algumas das características que devem ser desenvolvidas pelos snipers”, completa um dos profissionais especializados.

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