As Instituições de Ensino Superior (IES) do Paraná, públicas ou privadas, que possuam em seus currículos as disciplinas de Anatomia ou pesquisas científicas em cadáveres, poderão se cadastrar até o dia 6 de abril na Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) para integrar a rede do Conselho Estadual de Distribuição de Cadáveres (CEDC).
As instituições interessadas também poderão indicar, no ato do cadastro, dois representantes que irão compor uma lista que será encaminhada para o Governo do Estado para a escolha e nomeação de sete membros titulares e seus respectivos suplentes, do Conselho. O Conselho é vinculado à Seti, mas tem autonomia determinada por Decreto.
É importante que as instituições prestem atenção na chamada. O Conselho desenvolve um importante trabalho com a distribuição de cadáveres para estudos em cursos da área da saúde. Esta distribuição é realizada para instituições cadastradas, obedecendo a uma ordem na lista de espera, explicou a coordenadora de Ensino Superior, Márcia Tembil.
O Conselho, criado pelo Decreto Estadual 3332/2008, tem a função de estabelecer políticas e normatizar as ações para a distribuição de cadáveres não identificados, não reclamados ou doados, para todas as Instituições de Ensino Superior Estaduais e Particulares cadastradas. Estão cadastradas atualmente 51 instituições que também devem atualizar seus dados. Com o objetivo de ampliar o número de entidades atendidas, a Secretaria enviou 220 correspondências divulgando o cadastramento que deve ser realizado por meio de ofício, assinado pelos reitores ou diretores das Instituições de Ensino Superior e encaminhado à Coordenadoria de Ensino Superior (CES) da secretaria.
Doação
Além de distribuir os cadáveres no estado do Paraná, o Conselho está intensificando os trabalhos para conscientizar a população sobre a necessidade da doação de corpos para estudos. Atualmente são poucas as doações o que compromete os estudos nos cursos da área da Saúde. Poucas pessoas sabem que após o falecimento podem doar seu corpo para estudos. Basta que faça uma escritura pública em vida deixando clara sua intenção de doar. A doação também poderá ser efetivada por parentes das pessoas falecidas, ressaltou Márcia Tembil.
Diante da falta de cadáveres para estudos, a professora Tânia Regina Santos Soares destaca que o objetivo é criar a cultura de doação de corpos para fins de ensino e pesquisa. Estamos próximos do dia em que vamos ter de ensinar/aprender anatomia humana somente com o uso de bonecos e programas computacionais, explicou.
Há alguns casos de instituições de ensino que precisam trabalhar com corpos bastante deteriorados por conta da falta de doações. Quanto pior a qualidade da peça anatômica, maior a dificuldade de aprendizado, devido à dificuldade em observar as estruturas necessárias. Isso faz reduzir significativamente a qualidade do ensino, enfatizou a presidente do CEDC.