Os assaltos praticados contra ônibus do transporte público de Ponta Grossa apresentaram uma queda de 28,5%, conforme estatísticas levantadas pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp-PR), a pedido do Diário dos Campos. Como o estado ainda não tem os dados fechados de 2019, a análise se refere ao período de janeiro a novembro, estabelecendo comparativo com o mesmo período no ano anterior.
Conforme demonstram os relatórios policiais, foram verificados 175 casos ao longo dos meses pesquisados no ano passado. Um ano antes, o período registrou 245 assaltos. Para a Sesp, um dos fatores que pode colaborar para a redução é o policiamento frequente.
“A Polícia Militar realiza constantemente o patrulhamento preventivo e ostensivo em todos os municípios do estado, empregando viaturas, motos, módulos móveis, cavalos, helicópteros e cães, além do capital humano, com a intenção de sempre oferecer melhor proteção ao cidadão”, informou.
A secretaria destaca que, no caso de roubos a ônibus, existe o reforço do policiamento próximo a terminais e pontos de ônibus. Além da PM, a Guarda Municipal também promove patrulhamentos rotineiros nesses espaços.
Ziguezague
Apesar da redução significativa, os números parecem oscilar. Se em 2019 houve 70 ocorrências a menos que em 2018. O ano de 2018, por outro lado, apresentou 17 casos a mais que em 2017. Além disso, mesmo com a redução, a média dos últimos três anos aponta para a ocorrência de mais que um assalto a cada dois dias.
Legislação
Desde 2010, o acréscimo do artigo 24-A à lei municipal 7.018/2002 obriga a concessionária a fazer uso de câmeras de vigilância no interior de 10 ônibus da frota do transporte coletivo. A medida ocorre para inibir a prática de assaltos, dar mais segurança aos passageiros e identificar criminosos. Em 2009 houve 239 assaltos, conforme a Viação Campos Gerais (VCG) informou à época. O número está muito próximo do verificado em 2017 e 2018, indicando que as câmeras não parecem inibir os criminosos.
Vigilância
Assaltos diante das câmeras
Segundo a assessoria de imprensa da VCG, empresa que realiza o serviço de transporte público na cidade, estatisticamente não é possível a comprovação de que as câmeras são eficientes para coibir a ação de assaltantes dentro dos coletivos. O que a empresa percebe é que apenas 4% dos assaltos ocorreram em carros com câmeras, desde a implantação da lei que exige o uso dos equipamentos. A empresa não informou se os 10 veículos exigidos pela lei estão com as câmeras em uso, mas a Polícia Civil confirmou que as imagens em vídeo costumam ser repassadas em casos envolvendo os roubos.